“É um grande reconhecimento. Não esperava, em uma propriedade tão pequena quanto a nossa, com apenas 2,9 hectares, ganhar um prêmio a nível estadual. O que mais me deixou feliz foram os grandes produtores, inclusive o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, dizendo que somos referência. Somos apenas produtores familiares entusiasmados, mas sempre acreditando que é possível melhorar ainda mais.”. O depoimento é do produtor Geraldo Geovani da Cunha, de Chácara, segundo colocado, ao lado da esposa, Danielle Priscila de Souza Cunha, na categoria “201 a 400 litros” na Premiação dos Destaques do ATeG Balde Cheio, promovida pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES.
O casal recebeu a assistência no Sítio Boa Vista entre julho de 2019 e julho de 2021. Ainda no início do programa, optaram por ter menos animais, reduzir a produção e ter custo mais baixo. Priorizaram, então, mais qualidade, não apenas quanto ao bem-estar dos animais, mas também deles próprios. “Fiquei muito honrada com essa premiação, pois eu e minha família nos dedicamos muito ao nosso trabalho e desenvolvimento”, pontuou a produtora.
Um dos ganhos após o ATeG Balde Cheio foi a redução do custo operacional efetivo, que inclui o gasto com volumoso, concentrados, medicamentos, energia elétrica e outros insumos necessários para a produção de leite. Outro bom resultado foi a qualidade do leite, conquistada, inclusive, por meio da construção de uma estrutura para o gado. O “free stall mais simples”, como citou Danielle, oferece às vacas camas de areia individualizadas, corredores de acesso e pistas de trato. O conforto térmico diminuiu o estresse dos animais, reduziu os casos de mastites, assim como o custo com medicamento e o descarte de leite. A contagem células somáticas (CCS) aumentou de forma considerável, o que elevou o poder de negociação da família e aumentou a receita devido à bonificação paga pelo laticínio.
“O período de assistência terminou, mas iremos seguir todos os aprendizados. Hoje, temos 18 vacas, sendo 15 em lactação e três em pré-parto. A média de produção é 21,2 litros, entregando 318 litros/dia. Entre bezerras e novilhas, temos 15 animais, sempre buscando aprimorar mais e mais a genética”, explicou Danielle.
Capacitação e inovação
“Produtores de vários municípios nos parabenizaram e se interessaram pelo programa, que nos ajudou a ser reconhecidos e a continuar crescendo. Por isso, vamos continuar buscando inovações e capacitação”, garantiu Geraldo Geovani.
O técnico de campo que acompanhou o casal, Ronaldo Fagundes Filho, lembrou dos muitos casos de sucesso conquistados por meio do programa. “Várias propriedades conseguiram alcançar as metas que propomos juntos. Danielle e Geovani merecem muito porque são dedicados e têm força de vontade. Investiram muito na gestão técnica e econômica, o que foi fundamental. O empenho é confirmado pelo fato de até hoje buscarem qualificação por meio de cursos sobre gestão e administração rural”.
O programa foi promovido na região por meio da parceria entre o Sistema FAEMG/SENAR/INAES e o Sindicato dos Produtores Rurais de Juiz de Fora, com mobilização de Andreia Aparecida Barbosa Vinha Fonseca e João Carlos Fernandes Fonseca. “O Programa ATeG é um sucesso. Somamos relatos de crescimento de produtores da região que estavam sem assistência na bovinocultura de leite. Em breve, teremos novas turmas”, declarou o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Juiz de Fora, Domingos Frederico Netto.