“Um pedacinho de terra que se desprendeu do chão”. O Torrãozinho, criaturinha mágica que marcou gerações, está de volta por meio do Programa Semeando, desenvolvido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos em parceria com o Sebrae Minas. Ele está fazendo sucesso em Curvelo: o mascote ‘ganhou vida’ e foi parar nas mãos de educadores e alunos do ensino fundamental I em três escolas rurais do município.
Tudo começou quando Lourdes Aparecida Gomes ficou sabendo do programa. Ela é gestora da Escola Municipal Dona Fininha, em Mascarenhas; E. M. Coronel Modestino Carlos da Fonseca, em Santa Rita do Cedro e da E. M. Getúlio Diniz Vale, em São Geraldo do Jataí. Ela já conhecia o mascote da primeira edição do programa, entre 2001 e 2010, e não pensou duas vezes em cadastrar as escolas. O envolvimento foi tanto que, com o apoio da professora Celeide Batista, representando os demais colegas, e da especialista Márcia Sueli de Sousa, ela decidiu confeccionar os bonecos e transformar o mundo mágico e lúdico das crianças em algo ainda mais próximo da realidade.
Celeide, Lourdes e Márcia pensaram em tudo para que o programa fazer sucesso entre os alunos. O objetivo é ajudar na “formação de futuros cidadãos, conscientes da importância da preservação ambiental, sustentabilidade do sistema e visão empreendedora”.
Nascimento
Elas pensaram em tudo para a chegada do Torrãozinho à sala de aula com suas boas histórias inspiradas na relação campo-cidade. Toda a comunidade escolar, composta por 13 professores foi capacitada no projeto, e pais e responsáveis receberam informações em tom de suspense de que as escolas estavam preparando algo especial.
As estratégias foram cuidadosamente pensadas, incluindo uma busca criteriosa por livros didáticos de edições anteriores do projeto e a organização de uma programação para o “nascimento” do mascote. A natureza, “no quintal” das escolas rurais, foi o cenário ideal para o primeiro contato das crianças com o Torrãozinho. A encenação do nascimento do personagem foi no Rio das Velhas (em Santa Rita do Cedro); no Córrego Jataí, próximo à nascente (São Geraldo do Jataí), e em uma lagoa, em Mascarenhas.
“O país inteiro está vivendo um momento muito difícil no processo de ensino, por causa da pandemia, e precisamos investir forte para sanar as maiores dificuldades dos alunos, que é a alfabetização e a matemática, aliando isso a conteúdos interdisciplinares para uma aprendizagem mais significativa, voltada para a identidade rural. E o Semeando nos permite isso. Temos um carinho imenso por esse programa”, explicou.
Para Márcia, a proposta de transformação da mentalidade sobre o meio ambiente e as noções de práticas sustentáveis no agronegócio vai ao encontro dos propósitos das escolas. Ela agradeceu ao Sistema FAEMG pela iniciativa e aos parceiros que abraçaram a causa. “O resultado vai ser muito positivo e, logo, logo, estaremos colhendo os frutos”.
“Foi muito legal conhecer o Torrãozinho pessoalmente. Ele vai ser meu coleguinha agora e ensinar a gente a cuidar das plantas e dos animais, que é o que eu mais gosto na roça”, disse Ana Júlia de Almeida Silva, 7 anos, segurando o Torrãozinho.
Flexibilidade no ensino
Essa maneira criativa e lúdica de apresentar o programa às crianças vai ao encontro da proposta do Semeando de ser adaptado à realidade de cada escola. Essa é uma das recomendações passada na capacitação de professores, realizado pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos. A expectativa é treinar mais de 750 professores de 223 escolas públicas mineiras até o fim de março.
Nos encontros, que estão sendo feitos on-line, a autora do material didático do programa, Kênia Cristina Santos, apresentou a linha de atuação do Semeando. “O embasamento central é a sustentabilidade e o empreendedorismo, um convite a pensar a realidade de forma diferente e compreender criticamente o agronegócio e a relação campo-cidade. O material é guiado pelo pensamento de inovação e criatividade. O material anterior era sobre as aventuras do Torrãozinho. Agora, damos a chance de os alunos contarem as suas próprias histórias”.
O programa é direcionado a alunos e professores do Ensino Fundamental I das escolas municipais e estaduais mineiras. Juntos, eles têm a missão de estimular a geração de valores e atitudes relacionados a empreendedorismo, desenvolvimento de iniciativas coletivas locais e conservação e utilização adequada dos recursos naturais.
Entre 2001 e 2010, a primeira edição do programa alcançou 11.000 escolas. “Com todas as mudanças no mercado de trabalho e tantas notícias distorcidas sobre o agronegócio, é fundamental retomarmos as atividades do programa. Queremos plantar a semente de conhecimento para colher um futuro de qualidade para a produção rural”, afirmou a gerente de Formação profissional e Promoção Social, Liziana Rodrigues.
O Semeando será desenvolvido entre fevereiro e novembro de 2022. Ao final do programa, os alunos participarão de um concurso cultural com desenho e redação. Os alunos e professores vencedores, ou seja, o 1º lugar do concurso de redação e o 1º lugar do concurso de desenho, das 10 regionais do Sistema FAEMG, receberão um tablet como prêmio. A mobilização das escolas conta com a parceria das entidades cooperadas.
Acompanhe as ações do programa nas mídias sociais!
Veja mais fotos:
