A CNA promoveu hoje (5/10), o workshop “COP 26 - Agropecuária brasileira no Acordo de Paris”. No evento foi entregue ao Governo Federal o posicionamento dos produtores rurais, a ser levado à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 26. O documento reitera o compromisso do setor com a adoção de tecnologias de baixo carbono e de boas práticas agrícolas. A COP 26 tem início no fim do mês, Glasgow, na Escócia.
O presidente do Sistema FAEMG/SENAR/INAES, Roberto Simões, participou da solenidade, e elogiou o documento entregue: “O setor produtivo está muito bem representado pelo posicionamento. É um documento consistente e muito bem elaborado, que toca em pontos fundamentais para a agropecuária brasileira e aponta soluções, por meio dos inúmeros casos de sucesso e inovação em todo o país. Minas Gerais contribui com 19 desses ‘cases’. O Brasil terá, na COP26, uma representação muito bem baseada nos fatos, e uma presença certamente muito marcante”.
"Com o Position Paper e o trabalho da delegação brasileira, incluindo a CNA, mostramos que o setor é parte da solução, e dá ao Brasil o protagonismo para assegurar competitividade da nossa agropecuária" – Ana Paula Mello, gerente de Meio Ambiente do Sistema FAEMG.
Participaram do evento virtual, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, João Martins, do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, da ministra da Agricultura, Tereza Cristina Dias, e do chefe da Área de Mudança do Clima do Itamaraty, André Maciel.
POSICIONAMENTO
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) quer que a comunidade internacional reconheça, como ações antecipadas de mitigação, os esforços já realizados pelos produtores rurais brasileiros para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
No documento com seu posicionamento para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), a entidade reitera o compromisso do setor com a adoção de tecnologias de baixo carbono e de boas práticas agrícolas, mas pede que os países emissores financiem ações sustentáveis ao redor do mundo.
O documento, entregue ao governo brasileiro, lista outros temas prioritários para o campo nas negociações do novo acordo climático, e exalta, em linha com a postura do Ministério da Agricultura, o protagonismo do país nessa área.
“O Brasil espera que o esforço e o investimento dos brasileiros, especialmente os dos produtores rurais, que destinam percentuais significativos de suas propriedades privadas à preservação ambiental, sejam reconhecidos pelo mundo como um ativo ambiental importante e incorporado à qualidade e características de todos os produtos agrícolas no território brasileiro”, diz o documento.
O principal apontamento da CNA é para a necessidade da definição de regras “claras e objetivas” para o mercado de carbono “aberto a todos os países do mundo, sem restrições ou favorecimentos de regiões específicas”
A entidade destaca que “o Brasil possui um potencial de produção de créditos de carbono único no mundo”, capaz de promover parte das soluções para a redução das emissões de GEE, e defende a promoção de metodologias “monitoráveis, reportáveis e verificáveis”.
A CNA também defende a adoção de um plano de ação para tratar da inserção da agropecuária nos termos do Acordo de Paris, o que pode permitir avanços em questões pendentes da agenda que envolve a agricultura e as mudanças climáticas.
No documento, a entidade enfatiza ainda a cobrança pelo “financiamento climático” feita por países que são considerados os maiores emissores de gases do planeta, com a integração do Fundo Verde Clima, Fundo de Adaptação e outros mecanismos oficiais da Convenção do Clima para incentivar as ações que integram a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDCs).
A CNA afirma que, além de custear ações de adaptação e mitigação, os incentivos devem promover as regularizações fundiária e ambiental, a pesquisa de novas tecnologias na área e o monitoramento das ações.
No posicionamento, os produtores brasileiros pedem que a produção agropecuária e a preservação florestal sejam pautadas pela ciência e pela legalidade. A CNA reforçou a atuação do país, com a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a rigidez do Código Florestal.
“O setor agropecuário brasileiro tem como pilar principal a ciência, que permitiu aumentarmos a produção de alimentos com incremento de produtividade. A tecnologia utilizada no campo hoje demonstra que a proteção ambiental e o desenvolvimento econômico são complementares e, no caso do Brasil, uma nação agrícola, esses conceitos são necessariamente unificados”.