Em um momento de alta nos preços do milho, os técnicos do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) buscaram uma alternativa inteligente para dois grupos de produtores atendidos. A parceria entre as cadeias de mandioca e bovinocultura de leite viabilizou a comercialização de subprodutos da produção de goma para as propriedades assistidas pelo programa do Sistema FAEMG/SENAR/INAES que necessitam de alimentação para os ruminantes.
A iniciativa veio dos técnicos de campo Romaro Figueiredo e Ronaldo de Almeida. É a primeira vez que produtores de Rio Pardo de Minas comercializam, em conjunto, a massa de mandioca, e também a primeira vez que propriedades atendidas em Araçuaí têm acesso ao alimento em suas propriedades.
Romaro comemorou a empreitada e ressaltou a importância de buscar novas escolhas para a alimentação animal sem que isso implique no desempenho nutritivo. “A massa de mandioca é considerada uma excelente opção de concentrado energético que pode substituir o milho, insumo que já está com preço alto”.
Atendido na cadeia de bovinocultura de leite, Ronaldo José Marques confirmou o êxito da iniciativa e pretende continuar com a estratégia. “Tenho intenção de comprar umas 10 toneladas. Gostei da experiência e já percebo melhorias no scores do rebanho. Agora, vamos também comprar na safra para que o preço fique ainda mais acessível que o milho. Posso afirmar que dá certo”, disse.
Comercialização
Os produtores de leite tiveram uma economia significativa nos custos da alimentação animal e os produtores de Rio Pardo de Minas venderam a preço justo a massa de mandioca. “Isso possibilitou a abertura de mais um mercado para os produtores de mandioca, pois o subproduto é historicamente desvalorizado. Agora, com o aumento do preço do milho no último ano, a massa passou a ser uma opção viável”, acrescentou o técnico Ronaldo, que ressaltou a importância da parceria. “Romaro contribuiu muito para escoarmos parte da produção e os produtores ficaram muito satisfeitos”, disse o técnico da cadeia de mandioca.
O produtor de mandioca Ailton Messias Farias contou sobre a expectativa em relação aos novos rumos que a propriedade tomou com o ATeG. “Aprendemos muito e conhecemos novas pessoas. Por enquanto, estamos comercializando a massa e vamos buscar mais parcerias para vender a goma”.
O gerente regional do Sistema FAEMG em Araçuaí, Luiz Rodolfo Antunes Quaresma, parabenizou a iniciativa e ressaltou que o trabalho está “chamando a atenção”. “Vejo evolução como um todo. Acredito na comercialização da mandioca também como alimentação humana e é notória a importância para a alimentação animal. Temos condições de alavancar a pecuária do semiárido mineiro com alternativas inteligentes que levam economia aos produtores e nutrição de qualidade aos animais”, finalizou.