A 71ª edição da Exposição Agropecuária e Industrial de Carangola terminou no domingo (31). O evento realizado pelo Sindicato dos Produtores Rurais da Comarca de Carangola em parceria com o Sistema FAEMG e a prefeitura local levou milhares de pessoas ao parque de exposições da cidade.
O estande do Sistema FAEMG recebeu extensa programação, como a realização de cursos e oficinas ligados a cafeicultura que aconteceram durante toda a semana, a premiação do programa Semeando, o Encontro de Produtoras Rurais e a reunião de benchmarking do grupo do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Balde Cheio, realizados no dia 28 de julho.
“Depois do longo período de pandemia, Carangola retomou em grande estilo a sua exposição, que tem forte expressão no estado de Minas Gerais. Nós trouxemos diversas atividades para engrandecer o evento e a nossa equipe atuou para oferecer todo o suporte aos produtores. Reforçamos a parceria com o Sindicato e no próximo ano estaremos aqui novamente com força máxima”, pontuou o gerente do Sistema FAEMG em Viçosa, Marcos Reis.
O gerente ainda participou do podcast exclusivo do evento falando sobre a atuação do Sistema FAEMG no município e na região e sobre a cadeia do café. Assista:
Força feminina no agro
O Encontro de Mulheres Produtoras foi um momento de troca de informações, experiências e de confraternização. Dezenas de participantes discutiram sobre a importância os desafios e as conquistas das mulheres no agro durante palestra ministrada pela supervisora do programa ATeG Café+Forte, Míriam Grossi. Míriam apresentou números que comprovam a crescente presença das mulheres no agronegócio, especialmente em posições de liderança.
Ela lembrou que 31% das propriedades rurais no país são comandadas por mulheres, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e disse acompanhar de perto, nos grupos de ATeG que supervisiona, o papel fundamental das mulheres, principalmente na gestão. “Os resultados melhoram quando elas participam”.
A produtora Tatiane Rabelo, atendida pelo ATeG em Carangola, compartilhou sua experiência e confirmou as observações de Míriam, dizendo que a sua atuação à frente do negócio da família tem feito a diferença. “A nossa lavoura é uma empresa. Com essa visão abracei a causa e somei forças com o meu marido. Fomos fazer cursos, buscar melhorias e crescer. Hoje temos a nossa marca e trabalhamos com o beneficiamento de café”.
A dona Noemia de Oliveira Colpas, da comunidade de Conceição, também em Carangola, aproveitou o encontro para agradecer a força e a parceria das mulheres da sua comunidade e do ATeG Café+Forte no momento em que vive o luto pela perda recente do marido. “Fiquei muito feliz por ter vindo, porque o encontro nos fortalece. Estamos à frente da propriedade, e vamos conseguir superar esse desafio. Minha filha assumiu várias tarefas no leite e no café o técnico do ATeG tem sido nosso braço direito”.
Cecília de Souza contou que mora na zona rural há apenas dois anos, e que o aprendizado é constante por lá. Para ela o Encontro foi mais uma oportunidade de adquirir conhecimento como os apresentados pela técnica da Emater, Geralda Costa, que falou sobre agroindústria familiar e suas potencialidades.
Prioridades
O Encontro também reforçou a importância do autocuidado em um bate-papo conduzido pela psicóloga Rebeca Nicolau.
“É preciso ter saúde para cuidar da propriedade e da família. Precisamos nos colocar em primeiro lugar e dar atenção ao corpo e a mente”, apontou Rebeca.
“Esses encontros fortalecem a união entre as mulheres do campo. Uma pode se inspirar na outra, saber o que cada uma tem feito de positivo e ver que todas tem voz e importância na propriedade e nos negócios da família”, destacou Míriam Grossi.
A diretora da Associação de Artesãos Arte Fênix, Karla de Oliveira Valente Barcelos, esteve no encontro e contou que o Sistema FAEMG a despertou para o empreendedorismo e para a liderança por meio de um curso. “Nós podemos muito e devemos nos preparar e acreditar no nosso potencial”.
As peças de artesanato da Associação estiveram entre os diversos prêmios sorteados entre as participantes que terminaram o evento com um café da tarde.
A mobilizadora do Sindicato, Fernanda Azevedo Monteiro, agradeceu a presença de todas e enfatizou que os encontros devem ser cada vez mais frequentes. “Juntas somos mais fortes”.
ATeG Balde Cheio
O grupo de ATeG Balde Cheio acompanhado pela técnica de campo Paula Machado encerrou as atividades e os participantes conheceram os resultados coletivos durante a reunião de benchmarking. Os números mostraram melhoria dos indicadores econômicos e, segundo a técnica, as conquistas se devem ao comprometimento dos produtores com o ATeG. Paula também destacou que os produtores aprimoraram seus conhecimentos fazendo cursos do SENAR MINAS e que o aprendizado refletiu positivamente na atividade com a melhoria do manejo e qualidade do leite.
O pecuarista Everaldo Célio Coelho contou que a experiência com o ATeG mudou sua maneira de enxergar a atividade, e essa lição foi a mais valiosa nesses dois anos. “Aprendi a levar a atividade como um negócio, um empreendimento que precisa dar lucro. Eu não gerenciava e hoje tenho tudo anotado e conheço o meu custo de produção”.
Além dos produtores e seus familiares, acompanharam o evento: o gerente do Sistema FAEMG em Viçosa, Marcos Reis os supervisores do ATeG Balde Cheio Paulo Henrique Lelis e Ricardo Lignani, a mobilizadora do Sindicato Fernanda Azevedo Monteiro, a mobilizadora e membro da diretoria do Sindicato dos Produtores Rurais de Divino, Viviane Cunha e o ex-estagiário que acompanhou a técnica e o grupo na cidade, Kelton Gomes.
Os números
A receita total do grupo no segundo ano de assistência técnica e gerencial ultrapassou os R$3 milhões. A margem líquida média do grupo passou de R$26.375,58 no primeiro ano para R$39.092,59 no segundo. O lucro, que ficou negativo em R$ -0,09 no primeiro ano, chegou a R$0,91 no final do ciclo. Resultado celebrado por todos e atribuído pela técnica à diminuição do custo de produção e ao aumento do valor do leite no mercado. O retorno de capital, na média grupo, subiu de 27 para 37% do primeiro para o segundo ano de ATeG.