Conheça a FAEMG

A FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) defende os interesses dos produtores rurais do estado.

Crédito Rural

Veja informações sobre os financiamentos destinados aos produtores rurais, cooperativas ou associações para fomentar a produção e comercialização de produtos agropecuários.

Informações Jurídicas

Acesse os documentos disponibilizados pela Assessoria Jurídica para auxiliar os produtores rurais.

Contribuição Sindical
Leiloeiros Rurais

Veja todas as informações sobre os leiloeiros rurais do estado de Minas Gerais.

Compartilhe


Apicultoras do Norte de Minas celebram avanços

PROTAGONISMO FEMININO
ESCRITO POR RICARDO GUIMARÃES, DE MONTES CLAROS*
27/09/2024 . SISTEMA FAEMG, SENAR

Em uma região em que a apicultura movimenta mais de 84 toneladas de mel por ano, a integração das mulheres, sua dedicação à atividade e a busca por capacitação têm feito a diferença na evolução da cadeia produtiva na região. O Sistema Faemg Senar e a atuação dos sindicatos rurais contribuem para esse resultado ao oferecer cursos, assistência técnica e gerencial e eventos para fortalecer a apicultura regional.

Uma das apicultoras que sentiram essa transformação foi Maria Aparecida Silva Aguiar, que passou pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). Quando ela começou na atividade, em 2005, venceu desconfianças, inclusive, dentro de casa. Com poucas mulheres atuantes no segmento naquela época e em um cenário em que o trabalho na atividade era pouco valorizado, ela precisou persistir e hoje colhe os frutos do trabalho, que se tornou a principal fonte de renda da família, que hoje produz uma média de 600 kg de mel por ano.

Maria Aparecida tem se dedicado à apicultura desde 2005

“Escutei várias vezes: ‘você é doida?’. Quando comecei, foram muitos gargalos. Eu precisava ir muito longe, porque os apiários eram distantes. Sem muitos equipamentos e técnica correta, voltava mordida e cansada. Mas tive a coragem de enfrentar. Hoje meu marido é apicultor também, aprendeu comigo, vendo minha luta”, relembra.

Novo mercado

Foi procurando dinamizar o negócio e agregar mais valor à atividade do pai, que já estava há mais de 15 anos na apicultura, que Edinalva Rosa dos Santos se encontrou na produção rural. Ela e as irmãs produzem balas de mel, sem adição de açúcar, conquistando um novo mercado.

Edinalva entrou para a atividade para dinamizar negócio da família

“O sonho do meu pai sempre foi que a gente ingressasse na atividade, mas a gente não tinha esse olhar para trabalhar no campo. Nos últimos dois anos, passamos a ter essa visão empreendedora após conhecer o processo do apiário. Nosso objetivo sempre foi encontrar uma nova forma de usar o mel diariamente, por isso criamos a nossa bala de mel”, explicou.

A produção atual é de cerca de 2 mil balas por mês, com diversificação de sabores e produção própria de todo o mel usado na fabricação do produto. “Criamos uma receita, como uma receita de família. Quando eu e minhas irmãs entramos na apicultura, foi para mostrar mais do potencial que a cadeia tem”.

Primeiro Encontro de Apicultoras

Maria Aparecida e Edinalva foram duas das mais de 50 mulheres que se reuniram na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha para o Primeiro Encontro de Apicultoras, na última sexta-feira (27/9). O evento teve como objetivo fortalecer ainda mais a cadeia produtiva, capacitando as produtoras rurais por meio de oficinas técnicas, discussões e troca de experiências.

Com um público diversificado, a programação atraiu desde apicultoras mais experientes até jovens que estão iniciando suas trajetórias na atividade, como a estudante de zootecnia Vitória de Almeida Santos, de 23 anos, que conheceu a apicultura na graduação, após se mudar da Bahia para o Norte de Minas, e se apaixonou pelo poder das abelhas.

“Este encontro encheu os meus olhos, com várias mulheres me trazendo inspiração. Estou procurando me espelhar nessas mulheres e me capacitar cada vez mais para o mercado. Vou me formar no final de 2025 e este é o meu sonho: continuar na apicultura”.

A diretora de formação de jovens e mulheres do Sindicato Rural, Maria Helena Ferreira Brito Santos, explica que essa integração das mulheres tem sido um trabalho feito nos últimos anos para valorizar, cada vez mais, o trabalho feminino no campo. “Sempre estivemos na produção, mas sem reconhecimento. Com os processos de formação, capacitações e encontros, cada vez mais estamos dando força para essas mulheres”.

*Edição: Nathalie Guimarães