Conheça a FAEMG

A FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) defende os interesses dos produtores rurais do estado.

Crédito Rural

Veja informações sobre os financiamentos destinados aos produtores rurais, cooperativas ou associações para fomentar a produção e comercialização de produtos agropecuários.

Informações Jurídicas

Acesse os documentos disponibilizados pela Assessoria Jurídica para auxiliar os produtores rurais.

Contribuição Sindical
Leiloeiros Rurais

Veja todas as informações sobre os leiloeiros rurais do estado de Minas Gerais.

Compartilhe


Alagoa e Barbacena iniciam ano com sucesso no ATeG

BENCHMARKING
ESCRITO POR FLÁVIO CHRISTO, DE JUIZ DE FORA
17/02/2023 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR
Equipe do Sistema Faemg Senar com participantes do ATeG em Barbacena

O início do ano está sendo marcado pela apresentação de resultados do primeiro ano de atendimento de grupos de assistência técnica e gerencial promovidos pelo Sistema Faemg Senar na regional de Juiz de Fora. Na cidade de Alagoa, no sul de Minas, o grupo de ATeG Agroindústria Láctea, voltado para a produção do queijo artesanal tradicional da Alagoa, com a técnica Laura Machado, melhorou os custos de produção e o preço final do produto. Em Barbacena, no Campo das Vertentes, a apresentação de dados do técnico Frederico Fernandes demonstrou as mudanças implementadas durante o atendimento a produtores de morango com o ATeG Fruticultura.

Grupo de ATeG em Alagoa

Alagoa

O queijo tradicional da Alagoa é um produto com certificação de origem que vem se destacando em concursos nacionais e internacionais. Produtores da região investem grande parte da sua produtividade nesta variedade, que tem como base o queijo parmesão, mas com sabor e aroma específicos daquela região.

Sirlei Silvério, presidente do Sindicato de Baependi

Localizada na Serra da Mantiqueira, a cidade tem cerca de 2500 habitantes. São 153 produtores cadastrados, que tem no queijo uma das principais fontes de renda familiar e geração de receitas do município. Além do processo de gestão quase inexistente nas propriedades antes do ATeG, problemas de infraestrutura das estradas que levam à cidade são os principais gargalos identificados. “A questão das estradas dificulta o escoamento dos produtos e diminui o preço do quilo de queijo. Apesar disso, tivemos bons resultados com a melhora no preço de venda. Há dois anos era de cerca de R$ 15,00, hoje já chegamos a cerca de R$ 40,00. Conseguimos isso trabalhando mais a maturação e o beneficiamento do queijo para vender com mais valor agregado”, relatou a técnica de campo, Laura Machado.

Laura Machado

O presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Baependi, Sirlei Silvério, foi o responsável por levar o ATeG para a região. São dois grupos em atuação na cidade, que também recebe cursos e oficinas que auxiliam na assistência. “É muito gratificante trabalhar com esse produto, que é único, mas também um grande desafio. É muito satisfatório ver o resultado e a entrega com esses produtores. O potencial de crescimento é enorme e, sem dúvidas, já tivemos evolução”, afirmou Sirlei Silvério.

Produtores assistidos relatam melhorias

Gabriela Salomão

Com uma média diária de 300 litros de leite, Gabriela Salomão produz anualmente cerca de 10 toneladas do queijo tradicional da Alagoa. Além do aprendizado no controle de qualidade do leite e do produto final, foram as ferramentas de gestão que fizeram a diferença na propriedade. “Não tínhamos nenhuma gestão, a gente calculava, mas não sabia para onde ia o dinheiro, quanto saia, quanto entrava. Ficamos em choque quando percebemos algumas coisas. Antes nosso queijo era comprado por atravessadores; agora nós mesmos vendemos e recebemos um valor justo”, relatou.

Um dos destaques do grupo foi a agroindústria da Jaqueline Li. Ela produz manteiga clarificada e compra o queijo fresco dos produtores locais para fazer a cura e maturação. “Sentimos uma maior profissionalização após esse primeiro ano, que é o que estamos buscando, com mais certificações para poder vender queijos para outras praças. Queremos profissionalizar esse pequeno negócio familiar, fazendo o passo a passo de controle financeiro, gestão, assistência na produção, boas práticas. Agora estamos entendendo melhor o planejamento, a precificação, a manutenção dos equipamentos da agroindústria e as técnicas formais de tratamento de resíduos”, contou Jaqueline.

Jaqueline Li

Em Barbacena, produtores de morango comemoram resultados

Três municípios do Campo das Vertentes vêm recebendo assistência técnica e gerencial para fruticultura. Barbacena, Alfredo Vasconcelos e Ressaquinha têm investido na cultura do morango. O técnico de campo é Frederico Fernandes. No primeiro ano de atendimento, ele se deparou com desafios que prejudicaram o desempenho de algumas propriedades, como mudas contaminadas por nematóides, infestação de besouros, ácaro e alta salinidade do solo. Mesmo com as dificuldades, os indicadores apresentaram melhorias no preço de venda do produto e no custo de produção.

“Identificamos que a gestão na maioria das propriedades era quase inexistente. Não sabiam nem o custo do produto nem o preço que devia ser vendido. Apresentamos a metodologia de aferição de custo do Programa ATeG. Conseguimos fazer o diagnóstico e a redução de gastos, principalmente com o manejo. Vamos melhorar o custo operacional total para aumentar a margem de lucro. Esperamos no segundo ano que seja possível aumentar a lucratividade”, disse Frederico Fernandes.

Frederico Fernandes

Altino Júnior é supervisor de campo do ATeG e faz o acompanhamento do grupo. Ele disse que percebeu muito comprometimento por parte dos produtores. “Eles estão sendo muito aplicados na questão de gestão, estamos vendo que isso já vem apresentando melhorias nos processos administrativos. Também foi feita a identificação de gargalos que antes interferiam na produção”, detalhou.

O grupo de ATeG Fruticultura é realizado em parceria com o Sindicato Rural de Barbacena. O presidente da instituição, Rubens Áureo, afirmou que o morango é uma cultura que merece atenção no Campo das Vertentes. “Esse ATeG veio trazer um fortalecimento para o melhoramento e o crescimento da produção e na qualidade das frutas”, disse. A agente de desenvolvimento rural Iracema Flish foi quem atendeu a demanda dos produtores para esse grupo. “É uma cadeia com muita expressão, que vem sendo desenvolvida e se expandindo por mais municípios na região de Barbacena”, afirmou Iracema. 

Altino Júnior

Resultado agrada participantes

22 produtores rurais estão participando do grupo e um deles é o Adriane Ribeiro, que tem quatro estufas plantadas de morango, todas em cultivo suspenso. “Melhorou muito nossa profissionalização. A vida no campo é complicada, mas quando recebemos um apoio como esse temos mais vontade de trabalhar, fazendo as coisas da maneira correta. Recebendo orientação a gente mantém a regularidade das anotações e a gestão do nosso negócio”, contou o produtor.

Adriane Ribeiro

Marcelo Alves produz 10 toneladas de morango todos os anos. No ATeG, encontrou formas de melhorar a rentabilidade da atividade. “O primeiro ano de atendimento foi muito proveitoso. reduzimos o custo e tivemos melhores resultados no plantio. Agora também anoto meus gastos, hoje em dia é tudo muito mais detalhado”, afirmou.

Marcelo Alves

Escritório regional acompanhou resultados

O gerente regional do Sistema Faemg Senar em Juiz de Fora, Wander Magalhães, disse que foi possível perceber que, já no primeiro ano, houve melhoria nos principais indicadores para a maioria dos produtores envolvidos. “Tivemos bons resultados nesses grupos. Redução do custo de produção e aumento da produtividade, que é a capacidade de produzir mais no mesmo espaço em que se produzia antes. Também houve melhoria de preço. De forma geral, a maioria dos produtores cresceram nesses três aspectos”, afirmou.

Para ele, tanto no caso de Alagoa, como na região de Barbacena, a assistência técnica e gerencial vem se mostrando uma ferramenta importante para o desenvolvimento do produtor. “O ATeG veio para transformar, trazendo inovação, melhorando a gestão, os indicadores econômicos, os processos financeiros, a identificação de gargalos, e melhorando a parte técnica”, finalizou. 

Wander Magalhães e o analista regional Emerson Simão