Em 2024, o PIB do agronegócio de Minas Gerais registrou um crescimento nominal de R$20,5 bilhões em relação ao ano anterior, alcançando R$235,0 bilhões. A expansão foi impulsionada pela valorização média de 10,2% nos preços dos produtos do setor, o que compensou a queda de 0,5% em termos reais no volume de produção.
Os resultados foram divulgados na manhã desta segunda-feira, 30/6, em apresentação realizada pela Fundação João Pinheiro (FJP), pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e pelo Sistema Faemg Senar. Os dados já estão disponíveis no site da FJP.
A queda do volume produzido em 2024 foi concentrada nas atividades primárias do agronegócio enquanto, na agroindústria e nos serviços relacionados, houve crescimento real da produção de 1,7% no período.
O valor adicionado bruto (VAB) no núcleo das atividades agrícolas, da pecuária e da produção florestal evoluiu de R$61,8 bilhões em 2023 para R$70,0 bilhões em 2024, enquanto o PIB dos demais elos (entorno) do complexo passou de R$152,7 bilhões para R$165,0 bilhões no mesmo período. "Chamou nossa atenção a forte elevação dos preços de commodities agrícolas importantes para a economia de Minas Gerais", observa o pesquisador da FJP, Raimundo Leal.
Na agroindústria, os segmentos da fabricação de alimentos, bebidas, produtos do fumo, biocombustíveis, produtos químicos derivados do fosfato e mobiliário, além das compras de produtos do refino de petróleo e de eletricidade, foram os que mais contribuíram para o resultado. Nos serviços, tiveram destaque as atividades de comercialização, alojamento e alimentação fora do domicílio e os serviços financeiros.
“Esse resultado reforça a resiliência e a força da agropecuária mineira. Mesmo diante das intempéries climáticas, que provocaram oscilações na produção primária, o setor conseguiu crescer em valor graças à integração de toda a cadeia - que envolve fornecedores de insumos, agroindústrias, distribuidores, serviços, entre outros. É esse encadeamento produtivo que sustenta seu dinamismo e reafirma sua posição como um dos principais pilares da economia”, destaca o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo.
“O trabalho desenvolvido, anualmente, pela Fundação João Pinheiro (FJP) é muito importante para verificarmos a participação do agronegócio na economia mineira. Os resultados de 2024 indicam que 22,2% do PIB de Minas Gerais são provenientes do agronegócio, evidenciando que o setor contribui para a geração de empregos e para o desenvolvimento econômico, impactando diretamente no comércio e na balança comercial do estado”, acrescenta o secretário de agricultura, pecuária e abastecimento, Thales Fernandes.
Evolução - Estimativas preliminares da FJP mostram que o PIB do agronegócio passou de R$ 203,1 bilhões em 2022, quando representou 22,4% do PIB total do estado (R$ 906,7 bilhões), para R$214,5 bilhões em 2023, quando correspondeu a 22,1% da pauta estadual (R$969,2 bilhões). Em 2024, o valor de R$235,0 bilhões do PIB do agronegócio de Minas Gerais representou 22,2% do PIB estadual (R$1,058 trilhão).
Diálogo com o governo
O presidente do Sistema Faemg Senar reforçou, ainda, que o setor agropecuário mineiro seguirá desempenhando seu papel de forma cada vez mais eficiente e rentável, contribuindo para toda a sociedade mineira. Ele destacou a importância da interlocução do setor produtivo com o governo de Minas Gerais, que tem permitido avanços significativos nos últimos anos.
“A pecuária em Minas e no Brasil é uma das atividades que mais impulsionam a economia dos municípios. Esse diálogo franco com o governo tem nos ajudado a avançar, e essa melhoria não fica apenas dentro das propriedades — ela se reflete na renda e na qualidade de vida de toda a população mineira”, afirmou. Segundo o presidente, o crescimento do PIB do agronegócio gera efeitos que vão além das propriedades rurais. “Esse dinheiro não fica no colchão do produtor rural — ele vai para as cidades, vira geladeira, fogão, carro, escola, saúde e educação. É o desenvolvimento sustentável acontecendo, gerando tranquilidade e paz para os municípios, para Minas e para o Brasil”, concluiu.
De Salvo também ressaltou que a produção agropecuária no estado tem se expandido com responsabilidade ambiental, priorizando o uso de tecnologia e inovação em áreas consolidadas há décadas, sem a necessidade de abertura de novas fronteiras. Ele lembrou que medidas recentes de desburocratização, como a dispensa de licenciamento ambiental para pequenas propriedades consolidadas, principalmente no Norte de Minas, garantem dignidade e acesso ao crédito a milhares de pequenos produtores que enfrentam dificuldades para manter suas atividades.