Minas Gerais é um dos estados a participar das discussões presenciais do Projeto Índice AGIR – Agrogestão Integrada de Riscos, iniciativa que visa mapear e mensurar os riscos enfrentados pela agropecuária brasileira. A reunião foi realizada nesta quarta-feira (9/7), na sede do Sistema Faemg Senar, em Belo Horizonte, com a presença de entidades de pesquisa, extensão rural, representantes do setor produtivo e instituições financeiras.
Conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em parceria com a ESALQ/USP, o projeto foi idealizado pelo Banco Mundial e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). O objetivo é desenvolver uma metodologia inédita para criar um índice nacional de confiança do agronegócio e indicadores regionais, considerando diferentes contextos e a percepção de diversos atores do setor.
De acordo com o professor Gilson Martins, da UFPR e um dos coordenadores do projeto, a proposta vai além dos riscos climáticos, incorporando fatores como mercado, crédito, logística, armazenagem, infraestrutura e instabilidades políticas. “O projeto quer oferecer um verdadeiro termômetro da vida no campo, para embasar alternativas mais eficazes de gestão de riscos”, afirmou.
De acordo com o vice-presidente do Sistema Faemg Senar, Ebinho Bernardes, Minas tem muito a acrescentar no debate, por ser uma referência nacional para o setor. “Nosso estado é diverso no agro e é essencial garantir que essa pluralidade esteja refletida no levantamento de riscos”, disse.
Demandas do produtor
Durante o encontro, foram debatidas questões como acesso ao crédito, ampliação de seguros mais abrangentes, gargalos logísticos, problemas de infraestrutura, segurança pública, regularização da produção, regulamentações e desafios socioambientais.
“Nosso trabalho com a assistência técnica e gerencial e as comissões do Sistema Faemg Senar nos dá base para identificar as reais demandas do produtor e contribuir de forma qualificada com esse diagnóstico. Esse evento presencial possibilitará uma visão geral sobre o nosso estado e a construção sob o olhar das diversas instituições presentes e complementadas com as informações que serão coletadas junto aos produtores e técnicos, posteriormente. O resultado será basilar para as nossas reivindicações e atuações futuras”, explicou a assessora técnica do Sistema Faemg Senar, Aline Veloso.
O trabalho será conduzido em duas fases. A primeira, com foco no diagnóstico qualitativo, segue até o fim de julho, por meio de encontros e entrevistas com representantes do setor. A segunda etapa, prevista para começar em agosto e seguir até fevereiro de 2026, envolverá a aplicação de questionários em todas as regiões do país. O Projeto AGIR será levado a todas as regiões do país e os resultados deverão subsidiar políticas públicas eficazes nos âmbitos estadual e federal.
