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Produtor de abacaxi é retratado em livro do SENAR

ATEG FRUTICULTURA
ESCRITO POR JULIANA FIDELIS, DE UBERABA
16/07/2021 . SENAR

“Eu sou um contador de causos e, de repente, a minha história foi parar no papel. Foi uma surpresa, fiquei muito feliz”, conta Sebastião Firmino dos Santos. Ele foi um dos 33 produtores selecionados no Brasil para o livro “ATeG – Cinco etapas da transformação rural”, lançado neste ano pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). A obra relata os avanços na sua plantação de abacaxi, em Monte Alegre de Minas. O livro foi entregue pelo gerente regional do Sistema FAEMG/SENAR/INAES, Caio Oliveira, em evento na sede do Sindicato Rural do município.

Entrega do livro para o produtor Sebastião Firmino. À direita, na ponta, o gerente regional Caio Oliveira

Sebastião começou a trabalhar em lavoura ainda criança, ajudando o pai, que deixou o Rio Grande do Norte para ganhar a vida em Canápolis com a família. “Eu saí do Nordeste com um ano de idade. Como sou o filho mais velho, comecei cedo a trabalhar na roça de abacaxi com o meu pai. Eu vi muitos nordestinos ficarem bem de vida com a plantação e, por isso, sempre quis trabalhar com isso. Já construí casa com o dinheiro do abacaxi”, comenta. A paixão pela lavoura é compartilhada com a esposa Maria de Lourdes.

Em 2001, os dois mudaram-se para Monte Alegre de Minas, juntamente com um grupo de 40 famílias que ocuparam dois assentamentos do Banco da Terra. No local, além da produção de abacaxi, eles também plantam mandioca, milho, arroz, feijão e criam galinhas e porcos para consumo próprio.

Técnico Denilson e o produtor Sebastião, em visita antes da pandemia

Os dois anos de orientações do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), que terminaram no mês passado, foram fundamentais para a evolução da lavoura de abacaxi. “Quando começamos, ele tinha uma perda de 50% da produção. Hoje, ele recuperou essa perda e tem um saldo positivo de 14,5% de lucratividade. Na área de 0,5 hectare, ele plantou 23 mil mudas de abacaxi e colheu 19 mil”, explica o engenheiro agrônomo, mestre em Produção Vegetal e técnico do ATeG, Denilson Coelho de Faria.

A mudança veio com a retirada das plantas doentes da lavoura (roguing), controle de pragas, adubação e irrigação corretas, cobertura de frutos, entre outras ações. A dedicação do produtor também foi fundamental no processo. “Ele seguiu à risca as orientações e conseguiu concluir mais de 80% das recomendações”, completa Faria.

“Tem mais de 40 anos que eu mexo com lavoura, mas muita informação eu não tinha ou estava desatualizado. O técnico foi me instruindo, agora eu aprendi e faço tudo certinho, melhorou muito. Hoje estou com 67 anos e o meu desejo é continuar plantando mudas de abacaxi”, finaliza Sebastião, que recentemente adquiriu mais 10 alqueires para ampliar o trabalho em família.