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Pecuaristas destacam genética, gestão e bem-estar animal

CONACARNE
ESCRITO POR NATHALIE GUIMARÃES, DE BELO HORIZONTE
18/09/2025 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, FAEMG

No quarto painel do Conacarne, mediado pelo presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo, pecuaristas e empresas do ramo de carnes nobres compartilharam as suas experiências. Rodrigo Canabrava, Fabio Almeida, Antonio Sechis e José Leandro Peres, considerados casos nacionais de sucesso com relação ao uso de tecnologia nos sistemas de produção, agregação de valor dentro e fora da porteira e verticalização da produção, elencaram os principais pontos que resultam no mercado espera: gestão de pessoas, manejo bem-feito, melhoramento genético e bem-estar animal, mostrando caminhos para elevar a padronização e o valor da carne.

Antônio de Salvo abriu o painel ressaltando o papel estratégico da pecuária na economia e a importância da união e diálogo entre produtores, cooperativas e indústria. Também reforçou a necessidade de entregar carne em quantidade e qualidade compatíveis com as exigências globais, valorizando o trabalho do produtor e o papel das lideranças no apoio à atividade. “Não há mais espaço para improviso. Temos potencial para crescer, mas só avançaremos se unirmos paixão, conhecimento e gestão”.

Canabrava, fazendeiro há 37 anos, ressaltou a relevância de uma equipe engajada e orientou oferecer aos colaboradores desde cuidados básicos ao incentivo ao treinamento e profissionalização. Destacou a importância do manejo bem-feito, boa estrutura, investimento em mineralização, bem-estar animal, planejamento, gestão, melhoramento genético e proteção do meio ambiente. “Tudo isso resulta na qualidade da carne. O rebanho é nosso ativo permanente, nosso patrimônio. Temos que ter persistência e precisamos lutar pela valorização do nosso produto”, completou.

Na sequência, Fábio Almeida, do Nelore do Golias, contou a experiência de resgatar uma linhagem  histórica da raça, unindo tradição e tecnologia. Com programas de cruzamento, ultrassonografia de carcaça e acompanhamento técnico, alcançou índices superiores de marmoreio e maciez. “Nosso trabalho mostra que genética selecionada pode transformar qualidade e produtividade, entregando carne diferenciada para o mercado e conquistando novos consumidores no Brasil e no exterior”.

Antônio Sechis trouxe a ótica da integração entre homem, animal e meio ambiente. Pioneiro em certificação de sustentabilidade, defendeu práticas de bem-estar animal e manejo racional como diferenciais que impactam diretamente na maciez e sabor da carne. “Fomos a primeira carne do mundo produzida de forma sustentável. Cuidar do animal garante resultado superior. Qualidade é reflexo de respeito, ciência e propósito aplicado no dia a dia do campo”, afirmou.

José Leandro Peres apresentou sua trajetória no Mato Grosso, onde transformou uma fazenda degradada em referência de integração lavoura-pecuária e confinamento estratégico. Com dados e gestão, reduziu a idade de abate, aumentou a produtividade e criou uma marca própria de carne. “A qualidade só aparece quando assumimos o ciclo completo, do bezerro ao corte, com técnica e planejamento. Entregamos ao consumidor uma experiência, que carrega toda a nossa história”, concluiu.

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