Propriedades assistidas pelo FIP Paisagens Rurais no Triângulo Mineiro receberam visita de supervisão de representantes do Banco Mundial e entidades parceiras nesta semana. Em Minas Gerais, o projeto é executado pelo Sistema Faemg Senar e abrange 2.722 propriedades na bacia do Rio Tijuco. Em sua reta final no estado, a assistência atende 483 propriedades até fevereiro de 2025.
Desde novembro de 2019, o projeto é desenvolvido em sete estados no Brasil e tem o objetivo de fortalecer a adoção de práticas de conservação e recuperação ambientais, bem como atividades agrícolas sustentáveis de baixa emissão de carbono em bacias selecionadas do bioma Cerrado. Financiado pelo Banco Mundial e Fundo de Investimento Climático (CIF), ele recebeu recursos de 21 milhões de dólares.

“Apresentamos dois casos de sucesso, onde os produtores têm aplicado práticas ABC para manejo de pastagem e adotado práticas de conservação de vegetação nativa, o que tem melhorado a produção e a renda. Foi uma ação muito importante para mostrar o trabalho desenvolvido e para troca de experiências”, explicou o coordenador do projeto no estado, Giovanne Oliveira Sousa.
As visitas ocorreram em propriedades nos municípios de Ituiutaba e Santa Vitória e contaram com a presença de representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ) e do Banco Mundial.
Reta final do FIP
A coordenadora técnica do projeto no Senar, Bárbara Evelyn Magalhães Silva, destacou que as visitas de supervisão são realizadas a cada seis meses e que esta foi uma missão para a reta final do projeto. “Depois de todas as atividades que foram feitas em campo, é importante trazer os representantes do banco e das entidades parceiras para mostrar os ganhos expressivos e os resultados gerados, sejam sociais, econômicos e ambientais”, explicou.
As duas propriedades visitadas são de produtores com perfis diferentes e que conseguiram, por meio da assistência, ter um incremento na produtividade e uma perspectiva melhor para se manterem na atividade. “Os técnicos do Sistema Faemg Senar têm essa sensibilidade de fazer as orientações dentro das condições e objetivos do produtor rural. Este trabalho de assistência técnica e gerencial bem-feito é capaz de trazer resultado e deixar um legado para que ele siga com a atividade e evolua ainda mais, posteriormente”, afirmou.
Em Minas Gerais, até o momento, o projeto já recuperou 28.872 hectares de pastagem degradada e 6.695 hectares de área de conservação e restauração de vegetação nativa. De acordo com Silva, as visitas de monitoramento podem continuar ocorrendo mesmo após a conclusão do FIP Paisagens Rurais para análise dos resultados e replicação em demais projetos, inclusive em outros países.

Legado
Em Santa Vitória, os integrantes da missão conheceram ações de continuidade do projeto, por meio da coordenação da Gestão Integrada da Paisagem (GIP). O coordenador Giovanne Sousa explicou que a intenção é que agentes locais unam forças para prosseguir com o trabalho desenvolvido na região. “Santa Vitória tem encabeçado este processo e, nesta semana, visitamos três propriedades que estão sendo atendidas pela Prefeitura dentro desta proposta”, completou.
A coordenadora no Senar, Bárbara Silva, destacou que isso é uma demonstração do legado do projeto nas regiões participantes, que agora se envolvem na construção de estratégias para que a assistência permaneça.
O escritório regional do Sistema Faemg Senar tem buscado parcerias com os agentes locais, públicos ou privados, para estruturar o seguimento das ações de conservação ambiental na região da bacia do Rio Tijuco. “Os resultados deste projeto mostram um grande avanço nesta área, com a transformação da paisagem. A expectativa é que este trabalho seja permanente em nossa região”, ressaltou o gerente regional Ricardo Tuller.

FIP Paisagens Rurais
O Projeto Gestão Integrada da Paisagem no Bioma Cerrado (FIP Paisagens Rurais) é financiado com recursos do Programa de Investimento Florestal, através do Banco Mundial. A coordenação é do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, do MAPA, com parceria da Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e do MCTIC, por meio do Inpe e da Embrapa.