Com área cultivada de aproximadamente 234 mil hectares, a região do Cerrado Mineiro está se consolidando no mercado brasileiro da cafeicultura. Dentro do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema Faemg Senar, os técnicos de campo estão incentivando a certificação de cafés nas propriedades atendidas, contribuindo para que a região seja cada vez mais reconhecida por seus produtos de alta qualidade.
O supervisor do ATeG Cafeicultura na região do Cerrado, Bruno Hércules da Cruz, explica que o programa atua, principalmente, mostrando ao produtor a importância da gestão financeira e da compreensão dos custos de produção. “A organização da propriedade é um passo fundamental para a certificação. E aqueles produtores que têm vontade, estão enxergando na assistência a possibilidade de certificar para agregar valor ao seu produto”, afirmou.
Em Indianópolis, o produtor William Fernando da Silva comemora a certificação do Café Memória no Regenagri há quatro meses. “O ATeG tem nos ajudado a ter mais visibilidade do que acontece na lavoura e na gestão. A certificação e o programa trazem dados e parâmetros que mostram como chegamos a um café de alta qualidade, que já alcançou 85 pontos. É um nível de profissionalização importante”, afirmou.
William Fernando, que faz parte da sexta geração de cafeicultores na família e produz ao lado do pai Arlindo, está investindo em café especial há três anos. “Nós viemos aperfeiçoando todos os processos nos últimos anos, desde a lavoura até o pós-colheita, descanso, beneficiamento. Hoje conseguimos chegar ao café especial na maior parte da produção”, explicou. De acordo com ele, o objetivo agora é alcançar novas certificações que permitam tecnificar e profissionalizar, ainda mais, a gestão e o manejo na lavoura.
Na propriedade dos irmãos Flávio e Antônio Bernardes, que integram o grupo do ATeG de Campos Altos/Pratinha, a conquista do selo Certifica Minas contou com a contribuição do programa. “Produzimos café especial há três anos e o técnico de campo Antônio Sérgio nos ajudou muito com o controle de gestão e no sistema pós-colheita. Ele também nos incentivou a melhorar a estrutura e, assim, conseguimos a certificação há dois meses”, comemoram os irmãos, que já ampliaram o plantio de 43 ha para 73 ha para a primeira safra certificada do Café DuBernardes.
Além do aumento da produção, os irmãos cafeicultores também estão investindo na exportação e 100 sacas do produto já foram enviadas para a Europa. “Esta certificação agrega valor à nossa marca e abre mais portas no mercado”, concluíram.