As artesãs de Delfinópolis e de Cássia se superaram no processo criativo proposto pelo Programa de Gestão do Artesanato (PROGEARTE) e mostraram a sua arte em uma feira, nesse sábado (5), em Delfinópolis. As criações surpreenderam pela beleza e qualidade dos produtos. Criado pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos, o projeto foi desenvolvido pela primeira vez no estado com o apoio da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Delfinópolis e do Sindicato Rural de Cássia. O programa culminou na realização da feira, que tinha como meta mostrar o trabalho das artesãs para a comunidade local. O resultado também atraiu turistas de várias localidades.
Cássia e Delfinópolis são cidades próximas, mas com características culturais diferentes. As integrantes da Associação de Artesanato de Cássia, além das peças em cerâmica, tear e fios, levou para a feira a música, por meio do seu coral. A cidade é conhecida, entre outros quesitos, pela sua representação musical. E, ao som de “Caçador de Mim”, as artesãs mostraram o quanto “caçaram” as suas tradições e as traduziram no artesanato.
As Arteiras da Canastra, anfitriãs do evento, mostraram o que podem produzir com a fibra de bananeiras. O material é abundante no município, que é o segundo maior produtor da fruta em Minas Gerais. “Artesanato é profissão e podemos viver dele”. Com esta declaração, a presidente das Arteiras da Canastra, Silvia Barcamuta Cabral, fala o quanto o Progearte foi importante para o grupo, que passou a ter uma nova visão do negócio.
“É importante valorizar a arte de comunidades rurais. Nosso objetivo é ensinar o artesão a expressar sua criatividade em peças de qualidade, valorizando a identidade e a história local e criando oportunidades de comercialização, de forma que eles possam se manter, e crescer, financeiramente”, explicou a gerente de Formação Profissional Rural e Promoção Social do Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos, Liziana Rodrigues.
Evento
“Primeiramente, quero agradecer a Deus por estarmos realizando esse evento maravilhoso, que o pessoal do Sistema FAEMG e o Progearte nos proporcionou. Nos ensinou a valorizar o nosso trabalho, o nosso tempo. Aprendemos muito e somos gratas. Fica o grande aprendizado de valorizarmos o nosso artesanato”, destacou a artesã do grupo Arteiras da Canastra, Elizabet Aparecida do Carmo.
O instrutor Jair Dionísio de Souza, que já havia dito que se surpreenderia com o resultado, confirmou a sua previsão inicial: altíssima qualidade. “Esse projeto fez com que as artesãs estejam preparadas para se apresentarem em qualquer evento nacional, pois estão produzindo dentro da base conceitual do artesanato nacional”.
Para a presidente da Associação de Cássia, Simone Cristina Campos Silva, o programa é valioso para o desenvolvimento das artesãs, especialmente no que envolve precificação e especialização em vendas. “Essa foi uma experiência muito positiva”.
O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Cássia, Domingos Inácio Salgado, destacou a importância da parceria entre os dois municípios. Segundo ele, é um caminho a ser seguido para o desenvolvimento de muitas ações entre as entidades cooperadas do Sistema FAEMG. “O programa prepara e capacita as artesãs para atender a demanda que virá”.
PROGEARTE
A iniciativa promove a profissionalização do artesão mineiro, adequando o processo de criação e a produção artesanal por meio de estratégias de gestão e marketing. Durante cinco meses, as Arteiras da Canastra e a Associação das Artesãs de Cássia fizeram cursos sobre diagnóstico sociocultural e gerencial, marketing, monitoramento de qualidade, marketing digital, empreendedorismo, gestão financeira, associativismo, monitoramento de qualidade e do perfil. O último módulo da capacitação foi no início de fevereiro para a preparação para a exposição das peças.