Mais de 230 técnicos de campo, profissionais vinculados à atividade rural e acadêmicos de diversos cursos universitários participaram de mais uma edição do Seminário de Defesa Agropecuária Integrada, dessa vez, em Montes Claros. Com o objetivo de integrar esforços e debater assuntos relativos aos temas sanitários na produção rural, a programação contou com 11 palestras.
Em uma parceria do Sistema FAEMG e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), este é o terceiro encontro realizado no estado. Outros eventos estão programados para o restante do ano, de forma a interiorizar as ações e reunir parceiros para somar conhecimentos sobre o tema.
“A orientação da nova diretoria da FAEMG é fazer a integração dos órgãos da iniciativa privada e pública para discutir os problemas da agropecuária, alertar para a necessidade da sanidade e meio ambiente. Esses temas são importantes para os organismos internacionais e diversos países quando pensamos na questão comercial. Apoiamos essa integração para que Minas e o Brasil continuem sendo grandes fornecedores de alimentos para o mundo”, destacou o superintendente técnico, Altino Rodrigues Neto, que abriu o evento.
O coordenador regional do IMA, Rômulo Tadeu Lage, lembrou da importância de o evento ocorrer no interior, dando mais oportunidade de acesso aos profissionais regionais sobre os recentes debates da sanidade animal. “Estamos tendo a oportunidade de mostrar as mudanças na legislação e as novidades para os profissionais e produtores do interior. Minas Gerais tem avançado e caminha para, em breve, retirar a vacinação da febre aftosa. Isso vai gerar um ganho ao produtor, que passará a ter o status de livre da doença sem a vacinação. A partir de agora, vamos aumentar a nossa vigilância para manter este status e sobre novas doenças que possam aparecer. Toda a cadeia de produção ganha com isso”.
Esse tema abriu o ciclo de palestras. Segundo dados apresentados pelo IMA, o último foco em Minas Gerais foi registrado em 1996. Ainda assim, o controle seguia sendo feito via vacinação. Em 2015, um estudo de circulação viral comprovou a total inexistência da circulação da doença, o que contribuiu para o estado conseguir retirar a obrigação da vacinação a partir de novembro deste ano.
“Com esse novo status, vamos abrir novos mercados. A gente tem grande quantidade de bovinos, produção de leite e derivados e, agora, teremos vários mercados abertos. Mas, a partir do momento que não tem mais a vacina, a gente vai precisar dobrar a vigilância. Então este tipo de evento é muito importante para estabelecer parcerias público-privadas para garantir que os produtos mineiros tenham qualidade. E o Sistema FAEMG é quem tem a comunicação direta com o produtor”, explicou a médica veterinária e fiscal agropecuária do IMA, Guaraciaba Santana.
União de esforços
O Seminário de Defesa Agropecuária Integrada contou com a presença de representantes de diversos setores e órgãos ligados à produção rural regional, como a Sociedade Rural de Montes Claros, o Sindicato dos Produtores Rurais e o Conselho Regional de Medicina Veterinária. O trabalho conjunto é a aposta para manter a qualidade sanitária no campo.
“Todos precisam falar a mesma língua. Hoje o Sistema FAEMG tem o ATeG, em que o técnico mostra ao produtor a necessidade de se ter uma visão mais holística do seu negócio para que ele ter renda, agregar valor e ter seus produtos comercializados nos melhores mercados do mundo. Precisamos aproximar e ter todos vigilantes. Somos um exemplo de produção e produtividade”, avaliou Altino Rodrigues Neto.
“Juntos, todos conseguimos alavancar o agronegócio. Parabenizo o Sistema FAEMG e o IMA por este evento, porque é importante conhecer a legislação, as doenças e a questão produtiva. A partir do momento que temos um controle sanitário adequado dentro da propriedade, temos um salto em qualidade e reduzimos perdas econômicas”, afirmou a delegada do Conselho Regional de Medicina Veterinária no Norte de Minas, Silene Maria Prates Barreto.
Para o gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA, Guilherme Costa Negro Dias, a sanidade agropecuária inclui serviços oficiais, produtores, veterinários, fomentadores, entre outros parceiros. “A gente precisa de todos caminhando juntos e levando essa informação para todos, principalmente sobre a notificação de doenças obrigatórias. O agro é de todos, é uma responsabilidade compartilhada. Por isso o seminário tem esse nome, ‘integrado’, porque cada setor reconhece a sua importância na busca de melhorias e status sanitário”.
Troca de conhecimentos
Com 27 anos de carreira na docência, a professora da Universidade Federal de Minas Gerais, no curso de Zootecnia e Produção Animal, Anna Christina, a grande participação de alunos e recém-formados demonstra um norte muito positivo na continuidade dos trabalhos que envolvem a qualidade produtiva da região. “Durante a pandemia, houve atualização de legislações e ficamos dois anos sem esses momentos mais próximos para debater os temas. É um momento importante para trocar experiências e preparar os alunos para o mercado de trabalho”.
Para o estudante de Medicina Veterinária Caio Veloso Ramos, que está no segundo período, o seminário complementa os conhecimentos acadêmicos. “Este contato com quem já atua na área aperfeiçoa a minha graduação. Como tenho interesse em trabalhar com grandes animais, foi muito oportuno, especialmente a parte de controle de doenças e vacinação animal”.
“Aprendi sobre doenças e propagação viral e passei a ver a real importância do controle e da vacinação. Agrega muito até para quando entrarmos em algum estágio”, afirmou a aluna de Veterinária, Emile Emanuelle Oliveira.
Lideranças
O evento contou com a participação (foto abaixo) do gerente regional do Sistema FAEMG em Montes Claros, Dirceu Martins; o presidente do Sistema FAEMG, Antônio de Salvo; o assessor da Diretoria do Sistema, Antônio Álvares (Toninho de Pompéu); o superintendente do SENAR MINAS, Christiano Nascif; e o gerente de ATeG, Bruno Rocha.