Produtoras rurais do Norte de Minas participaram de um Dia de Campo exclusivamente dedicado a elas. Com o tema “Como conviver com o não sei?”, a ideia da ação promovida pela Comissão Faemg Mulher foi realizar um dia de vivência teórica e prática sobre a bovinocultura. A atividade ocorreu em uma fazenda em Montes Claros.
“Promovemos um bate-papo com três produtoras rurais, que compartilharam as dificuldades enfrentadas na inserção no agronegócio, no início de suas trajetórias. Também realizamos palestras sobre a importância da amostragem e da análise do solo, fundamentais para o melhor plantio de forrageiras e para o desenvolvimento adequado das pastagens, permitindo decisões mais assertivas quanto ao momento ideal de colheita e ao aproveitamento dos nutrientes”, explicou a produtora rural Lilian Laughton, membro da Comissão Faemg Mulher.
Além do Sistema Faemg Senar e Sindicato Rural, dois grupos regionais fizeram parte da correalização do Dia de Campo: o projeto Agrosertanejas e o Filhas do Campo, grupo de mulheres do agronegócio do Norte de Minas que se uniram para criar uma rede de apoio, trocando experiências, conhecimento e formando parcerias.
Superando desafios
A programação do Dia de Campo contou com três estações de conhecimento: Sanidade animal na pecuária; Coleta de solo e adubação e Manejo de pastagens. Essa primeira edição do evento contou com a presença de 20 produtoras que já atuam na gestão de negócios rurais na região.
“É uma alegria imensa trocar conhecimento com mulheres incríveis, que representam tantas outras produtoras do nosso Brasil. O tema deste dia de campo é uma frase simples, mas que carrega muito peso. Porque no campo, quando a vida muda de repente, quando é preciso assumir uma propriedade, tomar decisões, enfrentar a gestão, o clima, o mercado — muitas vezes a gente se vê dizendo: ‘eu não sei’. E tudo bem não saber. O importante é não desistir de buscar conhecimento”, afirmou Bianca Kastembal, analista técnica de Projetos do Sistema Faemg Senar.
Para a produtora Hilda Loschi, que atua com fruticultura (banana, uva e limão) e bovinocultura de corte, este foi mais um importante passo para consolidar o papel da mulher diante dos negócios e protagonismo rural. “O 'não sei' não pode ser visto como um empecilho para as mulheres evoluírem e conquistarem seu espaço. Não saber leva para uma trajetória transformadora de construção do conhecimento, de uma rede de apoio e uma inteligência emocional”, salientou a produtora, que também é vice-presidente do Sindicato Rural de Montes Claros.
