Há 11 anos, Marciana Graciano Evangelista e seu marido Edivaldo são caprinocultores em São Miguel do Anta, na Zona da Mata de Minas. A escolha pela atividade, pouco comum na região, se deu pelo pouco espaço disponível na propriedade e pelas condições de saúde de Edivaldo.
“Criamos mais de 100 animais em um espaço onde tinham apenas seis vacas. Aproveitamos melhor a área e conseguimos dividir as tarefas com mais facilidade. Atualmente, 100% da nossa renda vem das cabras”, contou Marciana.
Atualmente, a produção média diária de leite no Capril Ceará está em 180 litros, mas o número chega a 300 litros, a depender da quantidade de animais lactantes. A produção é vendida a um laticínio com sede em Governador Valadares e a família estuda outras alternativas de renda e crescimento do negócio com auxílio do Sindicato dos Produtores Rurais de Viçosa e do Sistema Faemg Senar.
Este ano, Marciana e a filha, Joice Evangelista, de 18 anos, que também trabalha na atividade, participaram do Programa Gestão com Qualidade em Campo (GQC), do Sistema Faemg Senar, e ganharam novas perspectivas para o empreendimento. “Foi precioso, porque, a partir do GQC, eu tive mais oportunidades e começamos a enxergar a atividade com mais clareza sobre a administração dos recursos”, destacou a produtora.
O instrutor do curso, que ofereceu consultorias à família durante a capacitação, Claudeci Rigueira, explicou que os produtores já dominam as técnicas e o manejo da caprinocultura, mas com o GQC tiveram acesso a importantes ferramentas de gestão. “O principal ganho foi a possibilidade de controle financeiro e de produção, que elas executaram com facilidade. Também fizeram o levantamento do potencial e desenvolveram os princípios da empresa”.
Ele salientou que “todos os participantes têm em mãos o plano de gestão com qualidade para trabalhar com mais segurança”. E Marciana concorda que o GQC está fazendo muita diferença no dia a dia. “Agora a gente anota tudo e conhece mais a nossa capacidade. Vendemos um lote de animais para investir em maquinário e temos outra visão de negócio”, contou.
Novas possibilidades
Marciana pretende expandir e diversificar o negócio fabricando derivados do leite de cabra. “Já ficamos quatro meses sem receber do laticínio, e essa situação mostrou que precisamos de renda extra”, comentou. Ela também contou que já faz alguns queijos e doces para a família, mas sem técnica - por isso solicitou ao Sindicato um curso na área. “Aprendemos a forma certa de fazer. Foi uma experiência inovadora para quem trabalha com o leite de cabra e quer mais uma fonte de renda”.
Ela disse que pretende continuar se capacitando em mais cursos de fabricação de derivados do leite de cabra do Sistema Faemg Senar. “Muitas pessoas já procuram queijos e iogurtes para comprar. A ideia é construir, no futuro, um espaço adequado para produzir com qualidade e vender”.
Parceria com o Sindicato
Marciana salientou a importância do Sindicato dos Produtores Rurais de Viçosa nessa nova etapa para “mostrar aonde ir e como fazer para buscar conhecimento”. A agente de desenvolvimento rural da entidade, Eliana Barbosa, enfatizou que o papel do Sindicato é estar próximo e ajudar o produtor rural.
No caso de Marciana, a entidade tem trabalhado para “indicar cursos e programas e aproximá-la de profissionais da caprinocultura que possam auxiliar na atividade prática e na divulgação da sua atividade rural”.