A região de Porteirinha, no Norte de Minas, vem se destacando nos últimos anos pela estruturação de várias cadeias produtivas, por meio de um trabalho focado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e do Sistema Faemg. Para os próximos meses, a avicultura também deverá ampliar o seu status de referência regional. Isso porque diversos produtores que encerraram, neste ano, o ciclo de assistência técnica e gerencial (ATeG) do Programa AgroNordeste seguem mobilizados para a consolidação da atividade rural.
Foram formados três grupos nos últimos dois anos de ATeG. Estes produtores rurais se reuniram na sede do sindicato neste mês para traçar estratégias de fortalecimento. Em outubro, está previsto o início de mais dois grupos da avicultura. “Dessa reunião, já saíram encaminhamentos como a criação de uma associação de criadores de frango caipira, a formalização de novas parcerias e um programa de compra direta de derivados e insumos”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Elton Mendes Barbosa.
Ele explica que a avicultura em Porteirinha sempre foi forte, especialmente com o frango caipira, e que municípios vizinhos têm o município como referência regional. “O ATeG ajudou e deu o incentivo que precisávamos para estruturar ainda mais a cadeia produtiva. Se a pessoa tem dificuldade na produção, o ATeG ajuda a romper gargalos. Se já produz bem, melhora com o gerenciamento. Muitos produtores conseguiram se regularizar e colocar seus produtos em mais mercados e na merenda escolar”.
Atuação técnica
Muito comum na região, a produção de frango e ovo caipira está diretamente vinculada à agricultura familiar. Muitos produtores mantêm nos quintais suas aves como fonte de renda extra. Com a ATeG, essa simples produção passou a ganhar novos objetivos. Um dos técnicos de campo, que trabalhou com os primeiros grupos do AgroNordeste na cidade, Anderson Rodrigues, destaca que a atuação teve, inicialmente, a finalidade de melhorar a nutrição, sanidade e genética das aves.
“Esses foram os três pilares para o sucesso da cadeia. Reduzimos a mortalidade das aves, focando na vacinação e higienização, e diminuímos o custo da alimentação, com fontes de proteínas e energéticas da própria propriedade. Com isso, a criação de aves caipiras tornou-se boa aposta e passou a ser mais valorizada na região”, explicou.
O avicultor Geraldo Jorge dos Santos passou por essa transformação e vê com boas perspectivas o crescimento da atividade para os próximos anos. A criação de aves está na tradição da família e ganhou, com a ATeG, o toque técnico que faltava para virar uma verdadeira oportunidade de negócio.
“O ATeG foi muito importante. Fizemos o curso de Avicultura Básica e depois aperfeiçoamos com a assistência técnica e gerencial. Hoje vejo a diferença na qualidade genética das aves, quando vou produzir a ração balanceada de forma própria, usando muitos alimentos da propriedade”, disse o produtor.
No terreiro, há 80 galinhas, com produção média de 15 dúzias de ovos por semana, que são comercializados na região e para turistas que encomendam os produtos. Além disso, como a qualidade genética das aves foi melhorada, muitos vizinhos de Geraldo José o procuram para chocar a sua criação e ganharem mais qualidade.
“A partir de agora, com o nome da avicultura de Porteirinha crescendo, vamos passar a correr atrás de novos projetos, linhas de crédito, etc. Conseguimos organizar os produtores de aves após o ATeG. Nosso objetivo é criar na região uma referência neste segmento”, finalizou o avicultor.