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Queijeiros de Medeiros comemoram conclusão do ATeG Agroindústria

BENCHMARKING
ESCRITO POR DENISE BUENO, DE PASSOS
25/07/2022 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR

Produtores de Bambuí, Medeiros e Tapiraí, na região da Canastra, concluíram o primeiro grupo do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Agroindústria - Derivados Lácteos, da Regional do Sistema FAEMG em Passos. Um grupo de 16 produtores participou do programa e contabilizou conquistas gerenciais, comerciais e de produção no período, além de premiações em vários concursos de queijos.  O técnico responsável pelo trabalho na região foi Cyro Campos.

Cyro e os produtores ATeG atendidos em Medeiros durante a reunião de benchmarking

A meta do programa é promover o crescimento técnico, econômico, profissional e pessoal do produtor rural, contribuindo com o agronegócio, além de políticas públicas para o setor. O objetivo é disponibilizar soluções e alternativas ao pequeno e médio produtor rural que auxiliem na sua profissionalização e na capacidade de agregar valor aos alimentos artesanais e tradicionais. 

E a missão foi cumprida, segundo a análise do técnico de campo, Cyro Campos. Quando o projeto foi iniciado, por exemplo, eram 10 produtores sem registro de inspeção das queijarias, um com o registro de inspeção municipal (SIM) e sete com o registro no IMA. Após os dois anos de trabalho, os resultados são diferentes: seis produtores já possuem a certificação do registro municipal SIM; um mantém a do IMA e três conseguiram o Selo Arte. As certificações são garantias para a venda no município, no estado e em todo país, e confirmam a qualidade do produto e as boas práticas de fabricação, levando segurança para o consumidor.

As queijarias com certificação comercializam o queijo maturado. Os demais comercializam o queijo fresco, que, no mercado, tem menor valor.  Entre os produtores que participaram do ATeG, 56% comercializam o queijo maturado.

Receitas e conquistas

A receita dos produtores no período de dois anos teve crescimento médio de 15,39%. Na comercialização do queijo maturado o percentual foi de 20,90% e, no queijo fresco, de 11,72%. O lucro médio anual do queijo maturado é muito superior ao queijo fresco. A movimentação financeira desse grupo de ATeG, com 16 produtores, entre despesas e receitas, ficou em R$ 12.188.806,87, mostrando o quanto o setor é importante para a região da Canastra.

No segundo ano do programa, o queijo maturado aumentou em média R$ 6,43/kg, enquanto o queijo branco aumentou, em média, R$ 2,88/kg. Com esta realidade, o lucro anual dos produtores de queijo branco, se comparado ao ano anterior, diminuiu. Os produtores de queijo branco também são vulneráveis aos valores pagos pelos atravessadores. Os produtores habilitados com comercialização de queijo maturado apesar de, na média, diminuírem o volume produzido, aumentaram o lucro da atividade com o valor agregado na venda.

Cyro destaca que, nesse período, alguns produtores do grupo também conquistaram medalhas de prata e bronze em concursos de queijos e o selo Arte, indicando que estão no caminho certo. “Em relação aos produtores, praticamente, todos aumentaram a produção e a lucratividade. A diferença entre os produtores de queijos frescos e maturados, evidenciou que a produção com certificação é muito rentável”.

Produtores

Para o produtor João Bosco Martins, do Sítio Marcela, o ATeG foi muito importante, pois proporcionou melhorar a gestão da queijaria e organizar ações do dia a dia, como a busca pela qualidade do queijo. Segundo o produtor, questões básicas, mas que muitas vezes não tinham a devida atenção. Sobre a sua participação no Programa, ele é enfático ao dizer que é um programa que ele indica para todos os produtores.

Experiente no segmento de queijos, ele produz há 34 anos, com certificação pelo IMA há 12 anos. Mesmo com todos os desafios do momento, conquistou também o Selo Arte há quatro meses. “Continuamos na luta. A gente, que gosta de fazer queijo, tem mais caminho a ser percorrido”.

João comercializa o seu produto pela Associação dos Produtores de Queijo Canastra de Medeiros (APROCAME), onde entrega toda a sua produção, atualmente de cerca de 90 peças por dia. O entreposto tem o selo do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal – SISBI-POA. Desta maneira, a APROCAME é habilitada a comercializar os queijos produzidos pelos associados em todo território nacional.

Cyro (à frente) na queijaria de João Bosco, no Sítio Marcela