“A apicultura vem crescendo muito neste cenário de pandemia. A procura por mel e própolis tem alavancado a atividade, o que, consequentemente, faz com que os valores esses produtos aumentem. Isso resulta em uma importante renda para o produtor.” A afirmação é do instrutor do Sistema FAEMG/SENAR/INAES e zootecnista Hélio da Silva.
Segundo ele, esse crescimento tem atraído interessados pela produção e estimulado que produtores retomam a atividade. Diante disso, o curso Manejo de Abelhas e Processamento de Mel e Cera, do Sistema FAEMG/SENAR/INAES está sendo promovido em Catas Altas da Noruega nesta semana, por meio da parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Conselheiro Lafaiete.
“Trata-se de uma região, incluindo cidades como Catas Altas, Piranga, Presidente Bernardes, com grande potencial para a produção de mel, cera e própolis. Lembrando que a própolis é o principal produto da abelha que temos na Zona da Mata, no sul de Minas, na região central do Estado e em parte da região do Alto Paranaíba”, afirmou o instrutor.
De acordo com ele, Minas Gerais vem se despontando na produção da própolis verde, considerada “o novo ouro do mercado” por possuir forte ação bactericida, antiviral e fungicida.
Polinização
O instrutor explica que o principal produto da abelha não é o mel ou a própolis, mas a polinização, processo de transferência de células reprodutivas masculinas para o receptor feminino da flor. Com a fecundação, são gerados frutos e sementes. Por isso, a polinização é vital para as plantas, garantindo a produtividade, perpetuação de espécies e frutos mais resistentes.
“A abelha africanizada brasileira é responsável por 80% da polinização. Sem ela, a produção vegetal e animal caem. Em uma pequena propriedade, uma colmeia trabalha em um raio de até três quilômetros, ou seja, beneficia produtores rurais de frutos e sementes em área de aproximadamente 700 hectares”, explicou.
O curso
“Este é o ponto de partida para que os participantes possam se registrar como apicultores no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Posteriormente, devem participar do treinamento voltado às boas práticas de fabricação, que incluem higiene necessária e exigida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Isso faz parte do processo de obtenção de rótulos para os produtos”, explicou a mobilizadora Ilma Bruno da Silva.
A turma reúne 11 iniciantes e pessoas que estão retornando para a apicultura. Segundo o instrutor, os interessados também podem buscar aperfeiçoamento em cursos sobre a produção de pólen e própolis. “Acredito muito no potencial da região. A apicultura é uma excelente opção dentro da cadeia do agronegócio. Assim, conseguimos manter na terra quem tem vínculo com ela e fazer com que os filhos desses produtores permaneçam no campo”.
“O curso está sendo ótimo. Já no segundo dia, identifiquei o que fazia de errado em minhas colmeias, como tratamento, controle de fumaça, distância entre elas, localização de apiários, manejo e até mesmo a questão de segurança e a forma de posicionar os favos nos quadros na hora da captura. Não vejo a hora de começar a corrigir tudo isso", disse o aluno Sidmar Raimundo da Costa.