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Artesanato ajuda na renda de família quilombola

RESGATE CULTURAL
ESCRITO POR JOSIANE MOREIRA, DE SETE LAGOAS
22/06/2021 . SENAR

A venda de produtos artesanais tem ajudado a compor a renda da família de Dimara Santos Silva, de 54 anos, moradora da comunidade quilombola de Felipe, na zona rural de Bom Jesus do Amparo. A técnica para o desenvolvimento de peças decorativas foi aprendida no curso de Artesanato de Sementes, Cascas, Folhas e Flores, promovido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES. “Quando fiz o curso, já conhecia algumas técnicas de artesanato. Mas de lá para cá, entendi mais sobre qualidade, aprendi a observar uma peça e reconhecer o seu valor e a colocar preço no meu trabalho”, destacou.

Datas comemorativas, como Dia das Mães, das Crianças e Natal, e feiras reconhecidas na região são os melhores períodos, quando ela chega a vender entre 100 a 120 peças por mês. O produto de menor custo é a boneca de palha de milho, em torno de R$15. A tecnologia também contribui para impulsionar as vendas, como os aplicativos de mensagem. Com isso, algumas encomendas seguem pelos Correios.

A agricultura e o artesanato estão bastante presentes na comunidade, que tem cerca de 200 famílias. “Muitas mulheres ainda ficam por conta da casa no quilombo e, normalmente, a renda do marido não é suficiente. No meu caso, encontrei refúgio no artesanato. Nem sempre tenho muitos pedidos, mas já consegui melhorar a minha casa com o que veio da arte”, enfatizou.

Resgate cultural

Quadros, cabideiros, suportes para plantas, bandejas e bonecas vão tomando forma pelas mãos da artesã, que seleciona, cuidadosamente, tecidos e retalhos coloridos com identificação afro-brasileira. Segundo histórias que Dimara ouvia da mãe e da avó, as cores estampadas nos brinquedos das crianças, em tempos de escravidão, eram estratégicas. Segundo ela, isso acalmava os pequenos, e as mulheres podiam trabalhar com mais tranquilidade.

“Hoje, a comunidade se desenvolveu muito, e o artesanato tem o papel de resgate cultural. Como a matéria prima é de fácil acesso, tenho planos de expandir e trabalhar com móveis. A zona rural é um sossego, não troco meu cantinho por nada. Daí a importância de pensar nas possibilidades de explorar os potenciais ao nosso alcance”, revelou.