Mulheres que tiveram suas vidas transformadas por meio da pecuária leiteira e da produção queijeira nortearam o 2º Encontro das Mulheres do Queijo, promovido nesta quinta-feira (12/6), no Parque de Exposições da Gameleira, em Belo Horizonte.
O evento que já faz parte do calendário do Festival do Queijo Artesanal de Minas, é organizado pela Gerência da Mulher, do Jovem e de Inovação do Sistema Faemg Senar e abordou o protagonismo e o empreendedorismo feminino no meio rural.
A gerente da área, Silvana Novais, conta que o propósito do encontro é mostrar mulheres que são inspiração no segmento onde elas atuam.
“Precisamos olhar com mais atenção para dentro das nossas cadeias produtivas. Temos ações e, sobretudo, pessoas com histórias inspiradoras, que fazem a diferença no agro. São elas que devem ser nossa referência.”
É o caso da produtora de queijo de Porteirinha Rubnei Santos Gomes, conhecida como Rubi, que compartilhou sua história durante a mesa redonda “Empreendendo na cadeia do Queijo Artesanal”, ao lado das especialistas em regulamentação técnica de queijo Lívia Maia e Drielly Marcondes e a proprietária do Instituto Curadoria do Queijo, Renata de Paoli.
Rubi conta que quando ouvia a palavra “empreendedora” achava a palavra “muito chique” e longe da realidade dela, mas as experiências da vida a fizeram mudar de ideia. Viúva aos 27 anos e com quatro filhos para criar, precisou se reinventar. Foi lavadeira, passadeira, e descobriu no vestido de quadrilha que ela costurou para a filha a primeira oportunidade de negócio. Anos mais tarde, já com os filhos criados, se casou novamente e viu na propriedade do marido mais uma oportunidade de empreender.
“Quando fui morar na propriedade dele, percebi que precisava melhorar muita coisa e prometi para mim mesma que em um ano eu mudaria aquele lugar! Um dia ele me disse que iria comprar um Fiat Uno com o dinheiro que ia receber. Eu disse: ‘Não. Vamos investir esse dinheiro em um pequeno rebanho leiteiro’. E assim começamos. Construímos uma queijaria de 3x3 metros, já com orientação técnica. Hoje temos uma estrutura de 50x50 metros, trabalhamos com Queijo Minas Artesanal (QMA), fiz cursos pelo Senar, recebi apoio do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). O queijo nos abriu portas: já ganhamos prêmios, viajamos para o exterior. Somos donos da Rubi Queijaria e hoje eu sei que sou empreendedora e com orgulho!”
Desafios e propósitos
Já a presidente da Comissão Técnica Faemg Mulher, Juliana Rezende Mello, conduziu o debate sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na pecuária leiteira e na produção de queijo, ao lado das produtoras Klécila Pontes e Beatriz Pacheco. Elas abordaram assuntos como a importância de entregar produtos de qualidade, como concorrer com as grandes agroindústrias e como incentivar os filhos para aqueles sigam o caminho da sucessão familiar rural.
O especialista em Negócios Sustentáveis e ESG do Sicoob, Fábio Junio Carvalho, ministrou a palestra de abertura do encontro com o tema “Protagonistas do Agro – Mulheres que empreendem para a vida” e falou sobre como o propósito de vida e o equilíbrio na vida pessoal são fundamentais para conquistar um negócio de sucesso.
