Os dois primeiros dias de programação da Feira do Agronegócio e da Agricultura Familiar do Vale do São Francisco (Fevasf) foram marcados por discursos e ações de valorização ao produtor rural no Norte de Minas. O evento, que segue até 25 de maio e é realizado na cidade de São Francisco, teve palestra de abertura do secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Almeida, e do presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo, que destacaram a importância da região como uma das novas fronteiras para o desenvolvimento do agronegócio.
“A região Norte de Minas Gerais cresce, e cresce a cada momento. Com a passagem do Rio São Francisco, aqui do lado, temos a possibilidade de crescermos em irrigação, desenvolvendo com garantia de produção e mantendo o meio ambiente bem cuidado. O campo brota riqueza a cada ano, ajuda o Brasil e Minas Gerais, que bate recorde, ultrapassando o valor exportado da mineração”, afirmou Antônio de Salvo.
Em sua fala, o secretário de Estado de Agricultura lembrou da parceria com o Sistema Faemg Senar e Sindicatos em diversas lutas, como contra os entraves ambientais que impactam a continuidade produtiva do Norte. “A região tem um potencial absurdo de crescimento. Precisamos e vamos aqui potencializar a irrigação por meio da entrega de kits; destravar questões ambientais; atuar com investimentos em infraestrutura e geração de energia; além de fortalecer os programas de aquisição de alimentos e diversas políticas públicas para um agro mais forte”, pontou o secretário Thales Almeida.
“Nos últimos 40 anos transformamos o Brasil de importador para exportador de alimentos. Em muitos municípios as pessoas ficam pedindo para ‘trazer indústria’, mas ela já está aqui com os produtores, precisando ter mais licença ambiental para produzir. Chega desta queda de braço, do nós contra eles. Precisamos andar juntos e unidos para fazer um país melhor”, completou Antônio de Salvo.
Agro forte
A Feira, organizada pelo SPR de São Francisco em formato voltado aos negócios, atrai produtores e diversas empresas do ramo agropecuário, movimentando mais de R$ 10 milhões em negócios diretos. A extensão de base do Sindicato é considerada a de maior rebanho de bovinos do Norte do estado, com mais de 150 mil animais, e a maior bacia leiteira da região, somando mais de três mil litros de leite por mês.
O objetivo do evento é fortalecer a atividade rural, incentivar a evolução técnica das propriedades, levar serviços e oportunidades de negócios aos produtores rurais. “O produtor entra em contato direto com as empresas de tecnologia rural e recebe conhecimentos técnicos que vão fazer diferença nas suas propriedades. Neste ano, pela primeira vez, trouxemos o secretário de Estado, que pôde explicar as diversas ações que serão realizadas na região, contribuindo para o crescimento da produção rural”, destacou o presidente do SPR, José Botelho Neto (Zezito Botelho).
Na manhã do segundo dia de evento, o Sistema Faemg Senar, por meio da sua equipe itinerante, apresentou dois importantes debate com os temas “Rotinas fiscais e tributárias na atividade rural” e “Multas ambientais e regularização da propriedade”. A proposta foi colocar as Gerências de Sustentabilidade e Arrecadação da entidade à disposição para dúvidas dos produtores rurais.
“O produtor rural tem que ter uma legislação que considere a sua realidade, que leve em conta o desenvolvimento sustentável. Não podemos simplesmente deixar o Norte de Minas como uma grande área de preservação. Sem produção rural não há preservação”, destacou Henrique Damásio, da Gerência de Sustentabilidade.
O dia foi marcado ainda pela apresentação e lançamento do Programa Compra Estratégica para a base de atuação do SPR São Francisco. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Instituto Antônio Ernesto de Salvo (INAES) — núcleo de inovação, projetos e pesquisa do Sistema Faemg Senar —, sindicatos de produtores rurais e a Bioma Investimentos.
Os produtores conheceram as estratégias e benefícios do projeto, que amplia o acesso a insumos agrícolas com preços mais competitivos. Com o lançamento, o Sindicato captou contatos de produtores para estruturar os primeiros grupos de trabalho para a compra coletiva.
