A empresa de tecnologia agrícola canadense Farmers Edge está dando mais um passo rumo à estratégia de fazer do Brasil seu principal mercado de atuação. Nesse sentido, acaba de lançar um produto de predição da produtividade agrícola no país.
A ferramenta reduz a incerteza do produtor ou consultor agrícola na hora de estimar a produtividade de diferentes culturas, como soja e cana, meses antes da colheita. A ideia é permitir a tomada de decisão com base em fatores como precipitação, calor e seca muito antes de se manifestarem.
País estratégico para a agricultura mundial, o Brasil deve se tornar o principal mercado da Farmers Edge até 2025. Hoje, a empresa já atua no Matopiba (confluência entre os Estados do MA, TO, PI e BA), MT, MS, GO, SP, PR e RS.
A nível mundial, o passaporte da companhia já está mais do que carimbado no Brasil, Canadá, EUA, Rússia, Ucrânia e Austrália, onde tem 12 milhões de hectares de lavouras digitalizados. Com 450 funcionários, a Farmers Edge faturou C$ 42 milhões (dólares canadenses) em 2020. No restante da América Latina, a prospecção de oportunidades começou na Argentina, Paraguai, Bolívia, México, Colômbia e Chile.
Baseada em machine learning, a tecnologia vai atualizando as previsões de safra sempre que um componente crítico demonstra que pode impactar na produção no campo.
Útil para os agricultores, a solução gera valor também para agentes de crédito, seguradoras e outras empresas do agronegócio, porque traz transparência para a relação com a ponta da cadeia, mais assertividade aos dados que orientam as tomadas de decisão e facilitação no gerenciamento de riscos, além de agilidade nos processos, fortalecimento do planejamento dentro da porteira e potencial de aumento do retorno sobre o investimento (ROI) da atividade agropecuária.
As informações podem ser acessadas por meio da plataforma FarmCommand, exportadas para Excel ou PDF e visualizadas através de relatórios.
O FarmCommand é a plataforma digital da Famers Edge, que integra dados de várias fontes, incluindo satélites de alta frequência e alta resolução; estações meteorológicas; telemetria de tratores para medir a performance de plantio, pulverização, colheita, consumo de combustível etc.
Atualmente, essa tecnologia está sendo usada para aprimorar os resultados de predição da produtividade para culturas como milho, algodão, soja e cana-de-açúcar.
Ao longo da sua trajetória, a Farmers Edge coletou 85 bilhões de pontos de dados únicos, instalou mais de 6,5 mil estações meteorológicas e conectou sua plataforma a 30 mil dispositivos no campo. O objetivo é melhorar a tomada de decisões do produtor rural, para que faça, por exemplo, a aplicação de insumos a taxa variável, economize nas suas aplicações de defensivos e adubos e reduza o custo com combustível de suas máquinas.
No Brasil, a Farmers Edge tem parceria com a Sumitomo, CNH Industrial e Fairfax Brasil Seguros Corporativos. Mas seus clientes são os produtores rurais diretamente.
Fabio Damasceno, Head de Agribusiness da Fairfax Brasil, lembra que a indústria agrícola desafia o produtor todos os dias porque muitos resultados são baseados em fatores que vão muito além do seu controle, vide o clima e as pragas.
“Este produto de predição de produtividade é uma evolução impressionante para produtores, credores e seguradoras, pois combina o poder de dados e da inteligência artificial”, afirma, em nota. Segundo ele, o potencial vai desde o planejamento da safra, no caso dos produtores, até a finalização da regulação do sinistro, para as seguradoras.
Wade Barnes, fundador e CEO da Farmers Edge, comemora o lançamento no Brasil. “É um grande prazer podermos disponibilizar essa tecnologia no Brasil. Nosso produto Predição de Produtividade oferece as informações mais robustas e precisas do setor, porque proporcionamos muito mais do que um único pacote de dados”, diz, em nota. Na visão dele, a solução tem apelo para mudar a forma como os alimentos são cultivados no país.