Mais de 600 pessoas participaram do 19º Seminário de Apicultura do Norte de Minas, que teve como objetivo reforçar o potencial econômico da produção apícola na região, com destaque para o mel de aroeira, que vem sendo carro-chefe de muitos apiários e que recebeu o selo de Indicação Geográfica. Apicultores de mais de 40 municípios participaram do seminário em Montes Claros. O evento contou com o apoio do Sistema Faemg Senar, que também se fez presente com técnicos de campo e produtores atendidos pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).
“Após dois anos de pandemia, participar de um evento como este proporcionou que os apicultores tivessem a oportunidade de ampliar os seus conhecimentos, tendo acesso a novas informações e tecnologias e estreitando o relacionamento com outros produtores. O Sistema Faemg Senar tem apoiado essas e outras iniciativas locais, além de promover cursos, treinamentos e ATeG, mostrando todo o comprometimento na profissionalização da apicultura do estado”, destacou o gerente regional do Sistema, Dirceu Martins.
Sete palestras debateram, entre outros assuntos, o processo de indicação geográfica e sua importância para o desenvolvimento local; o atual estágio da indicação do mel de aroeira do Norte de Minas; a importância do cooperativismo; boas práticas na valorização do mel; e as perspectivas da apicultura no Brasil.
“Este é o maior evento de apicultura de Minas Gerais. Trazemos sempre assuntos de interesse dos apicultores, com base nas demandas que eles apresentam. Neste ano, o foco foi a indicação geográfica do mel de aroeira, com o objetivo de fazer os apicultores se inteirarem sobre esse processo e como a região tem a ganhar com tudo isso”, explicou o analista em Desenvolvimento Regional da Codevasf, entidade realizadora do evento, Alex Douglas Demier.
Evolução
A importância da qualidade produtiva, destaque em todas as palestras, foi a responsável para a conquista da indicação geográfica do mel de aroeira, segundo o técnico de campo do Sistema Faemg Senar e diretor da Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi), Júlio César.
“A assistência técnica e gerencial trouxe um avanço muito grande para os apicultores da nossa região. Por meio das recomendações técnicas, os apicultores melhoraram a atividade, o que contribuiu para a conquista da identidade geográfica. A ATeG ajudou também no trabalho de rastreabilidade do produto, que é uma das cobranças para o selo de identidade geográfica. E o trabalho regional vem dando certo. Temos produtores que tiveram 320% de aumento de produtividade após o início do ATeG”, lembrou Júlio César.
Ao final deste ano, serão 17 grupos de ATeG da apicultura na área do escritório regional de Montes Claros, entre turmas concluídas e em andamento. Em todos eles, o mel de aroeira vem sendo trabalhado e incentivado. Em média, são produzidas 400 toneladas por ano deste tipo de mel na região, que abastece o mercado interno em diversos estados e ganha cada vez mais espaço nas exportações para vários países.
A região Porteirinha foi uma das últimas a entrar nessa rota, recebendo dois grupos de ATeG. O trabalho vem ganhando força e representatividade a cada dia, motivo que fez o sindicato rural do município levar mais de 50 integrantes ao seminário de apicultura. “A parceria com o Sistema Faemg Senar tem contribuído na parte técnica e prática, no dia a dia de trabalho, e na gestão dos negócios, produzindo com qualidade e gerando retorno financeiro e social para as famílias que atuam na atividade”, pontuou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha, Elton Mendes Barbosa.
Quem também esteve no evento em busca de mais capacitação foi o apicultor José Sebastião, de Bonito de Minas. Atendido pelo ATeG, ele tem uma média de produção de meia tonelada por ano. O objetivo é fazer da apicultura a única atividade profissional do sítio da família. Para isso, conhecimento nunca é demais.
“O seminário ajuda a agregar valor e conhecimento à produção do mel. Com mais técnica e conhecimento, vamos ter mais qualidade e, com isso, melhorar a condição social das famílias de apicultores em geral. Desde que o ATeG chegou, aumentou a produtividade e gerou mais qualidade. Minha produção ainda é pequena, mas já dá um diferencial na renda da casa”.
Além do Sistema Faemg Senar, foram realizadores e coordenadores do seminário a Codevasf, Emater, Sebrae e a Coopemapi.
