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A força produtiva de Jaíba no agro

FRUTICULTURA
ESCRITO POR RICARDO GUIMARÃES
29/04/2023 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, INAES, FAEMG

A Feira teve início na quinta-feira (27/4) e marcou a retomada dos eventos agropecuários em Jaíba 

“É apenas o começo de um trabalho para fortalecer o setor agropecuário e a economia da região. O evento simboliza um marco por gerar oportunidades de negócios e troca de conhecimentos entre os participantes”. A afirmação é do presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Jaíba/Matias Cardoso, Ciro Souza de Paula, em balanço prévio da primeira edição da Feira Agropecuária de Jaíba, no Norte de Minas, que marcou a retomada dos eventos do agro no município e é uma das referências da fruticultura nacional, onde está localizado o maior projeto de irrigação da América Latina.

O evento teve apoio do Sistema Faemg Senar e contou com mais de 20 palestras, que abordaram o mercado da fruticultura, novas tecnologias para o agro, novos cultivos para cacau e trigo na região, manejo e controle de doenças na bananicultura, entre outros, além de bate-papo especial mediado pela comissão Faemg Mulher e atualizações sobre contribuições previdenciárias dos produtores rurais por meio do setor de administração e finanças do Senar Minas.

“A região do Jaíba é o maior projeto de irrigação da América Latina, conta com grande diversidade produtiva, especialmente na fruticultura e é tem relevância para a econômica mineira e do país. É uma região estratégica para o Sistema Faemg Senar atuar, onde já estamos presente com capacitação profissional, novos conhecimentos, inovação e tecnologia para os produtores rurais. A feira soma tudo isso e ajuda o produtor a virar um verdadeiro empresário rural”, define o gerente regional da Faemg, Dirceu Martins.

Presidente do Sindicato Rural, Ciro Souza, durante abertura do evento

Impacto

Atualmente, o Projeto Jaíba conta com pouco mais de 30 mil hectares irrigados, divididos em duas etapas, e a possibilidade de chegar a mais 60 mil nos próximos anos. Segundo a gerência do Distrito de Irrigação, só em 2021 a produção agrícola na etapa 1 do perímetro irrigado foi superior a 364 milhões de toneladas, com maior tendência à produção de bananas. Neste período foram gerados cerca de 17 mil empregos diretos.

“Somos uma referência na produção de bananas, mas também possuímos força em outras culturas, como manga, limão, soja, feijão, entre outras. Estamos incentivando, por meio da feira e dos temas que trouxemos nas palestras, a diversificação produtiva das culturas, para garantir a sustentabilidade do setor e segurança alimentar da população. Estamos empenhados em fomentar a produção agrícola, gerar emprego e renda”, pontua Ciro Souza.

Empresário do ramo agrícola e produtor rural da região do Jaíba há 33 anos, Mário Borborema, viu o projeto se desenvolver. Ele participou da feira em duas frentes, expondo seus produtos, como veículos para o trabalho no campo, e como produtor, de olho nas novas oportunidades regionais. Para ele, o ambiente da feira agrega ao ser um ponto de troca de experiências, o que vai fazer a região se beneficiar e crescer mais.

“Este ambiente de integração do produtor com fornecedor e também com o mercado é importante para o sucesso de todos. Jaíba é uma excelente região, com boas condições para a atividade agrícola. Essa produção já se associa à tecnologia e à força de trabalho de todos da região. Então, temos todas as condições de seguir crescendo e essa integração, esse ambiente de negócios, é importante para a cidade”, define Mário.

Mulheres no agro

Já em relação a novos incentivos, a discussão da maior presença das mulheres à frente dos empreendimentos rurais também foi ponto de destaque da feira. Por meio da Comissão da Mulher do Sistema Faemg Senar, foi realizado o primeiro encontro de Mulheres do Agro de Jaíba, que envolveu bate-papo em formato mesa redonda e troca de experiências entre as mulheres do campo.

A produtora e empreendedora rural da fruticultura, Hilda Andréa Loschi, foi uma das convidadas a prestar seu relato e passar um pouco da experiência para as participantes. Ela assumiu várias funções administrativas e produtivas dos empreendimentos rurais da família logo cedo. Atualmente, ela atua principalmente com plantio de uvas e bananas. Hilda, que tem mais de 30 anos de experiência, acredita que o debate da mulher no agro ganhe cada vez mais destaque.

Encontro com a participação da Comissão da Mulher da Faemg foi destaque no primeiro dia de feira

“Ontem tivemos um ponto de partida fundamental para o Norte de Minas, que é a organização das mulheres em grupos de debates para compartilhar experiências em vários níveis de empreendedoras e trabalhadores da agricultura. Essa troca permite a buscar o mesmo propósito, que é vencer os desafios. E todas as histórias apontaram para um caminho. Se queremos estar em empreendimentos sustentáveis e em posições de liderança, é preciso buscar o processo de capacitação, conhecimento com foco de aplicação naquela atividade em desenvolvimento”, destaca Hilda.

“Queremos fazer uma organização de mulheres do agro aqui na região, que conta com várias delas atuando na produção rural, especialmente na fruticultura, mas elas ainda não têm foco de se organizarem, procurarem as entidades para, em conjunto, alcançar novos objetivos. Chamamos a atenção para a capacitação profissional dessas mulheres, para que possam crescer e se posicionar melhor no mercado. Foi apenas um início dessa história na vida de várias dessas produtoras, e o Sistema Faemg Senar está à disposição para contribuir com o desenvolvimento das mulheres do agro” pontua a gerente da Mulher, do Jovem e de Inovação da Faemg, Silvana Novais.

De olho nos tributos

O Sindicato Rural do município aproveitou para levar orientações sobre o recolhimento de tributos por meio das novas regras do Funrural, imposto previdenciário que incide sobre o valor bruto da comercialização da produção rural. O assistente de arrecadação do Senar Minas, Isaías de Souza Claudiano, tirou dúvidas dos presentes no evento e repassou, passo a passo, as atualizações sobre o tema.

Senar Minas tirou dúvidas sobre as contribuições e tributos sobre a produção rural

“Temos várias mudanças na legislação previdenciária e o incremento de processos fiscais eletrônicos. Então, é importante que o produtor tenha consciência de que tudo o que faz, vende e até a sua renda são cruzados em dados da Receita Federal e podem gerar cobranças. O objetivo foi trazer conhecimento e orientar para manter o produtor fazendo tudo corretamente. Isso é importante, porque quando o produtor emite nota fiscal corretamente, a retenção dos valores da parte do Senar volta diretamente para ele em benefícios como treinamentos, capacitações e ações especiais”, explica Isaías de Souza.