Curso de saneamento rural do Sistema Faemg Senar orienta produtores sobre como prevenir a zoonose
Minas Gerais declarou emergência devido à dengue, com expectativa de ter em 2024 o maior número de casos de toda a sua história. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), o estado já contabiliza 67.592 confirmações da doença, registro cinco vezes superior se comparado com o ano de 2023. Mas se engana quem pensa que o perigo ronda apenas os grandes centros urbanos. Na zona rural, produtores também precisam ficar atentos aos possíveis criadouros.
De acordo com o instrutor de saneamento rural do Sistema Faemg Senar, Alexandre Rodrigues da Silva, embora nem toda propriedade rural represente risco em potencial para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, por ser mais comum em regiões muito próximas às cidades, cuidados básicos devem ser tomados em todas as localidades, principalmente no que se refere ao armazenamento de água.
“Piscinas e caixas d’água devem ser tampadas. Já nos cochos e bebedouros para animais recomendamos colocar aqueles peixes ‘piabinhas ou barrigudinhas’, que são capturados nos próprios córregos das propriedades. Eles são larvófagos, ou seja, comem as larvas que os mosquitos desovam”, explica o instrutor. Segundo ele, os animais conhecidos como lebistes, guppi, platis, molinésias e espadinhas, também podem ser comprados em lojas próprias.
Outro ponto destacado por Alexandre é o cuidado com a limpeza nas propriedades e ao redor. “Não deixar lixo exposto, tudo que possa reter água, como tampinha de garrafas e outros recipientes. Nesses locais com acúmulo de água parada é que a fêmea do mosquito deposita seus ovos. É preciso ficar atento ao tratamento desses lixos, ao acondicionamento em sacos apropriados, ao transporte até os locais corretos de descarte. Isso tudo é muito importante e pode evitar que a zona rural se torne foco da doença”, acrescenta.
O Senar Minas tem em seu catálogo de Formação Profissional Rural o curso de Saneamento Rural em que os produtores recebem informações sobre prevenção à dengue, zika, chikungunya e outras zoonoses. “O produtor rural deve procurar esses recursos para poder aprender, pois somente com a educação conseguimos melhorar a qualidade de vida do homem e da mulher do campo”, conclui.