Condições climáticas adversas, como estiagens e altas temperaturas, impactaram a produtividade em 2024 com possíveis consequências para 2025
Um levantamento de campo realizado com 1.706 produtores rurais assistidos pelo programa de Assistência Técnica e Gerencial do Sistema Faemg Senar (ATeG Café+Forte) indica uma quebra de 23%, em média, na safra de café arábica 2024 em Minas Gerais. A estimativa é mais acentuada do que a média nacional divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nessa quinta-feira (19), que apontou uma redução de 0,5% na produção em comparação com 2023.
Segundo a analista de agronegócios do Sistema Faemg Senar, Ana Carolina Gomes, as condições climáticas adversas, como ondas de calor, chuvas esparsas e mal distribuídas, juntamente com altas temperaturas durante as fases de desenvolvimento dos frutos, foram as principais responsáveis pela redução da produtividade prevista para a safra que está sendo finalizada. O levantamento preliminar foi realizado nas quatro regiões produtoras do Estado: Montanhas de Minas, Sul de Minas, Chapada de Minas e Cerrado Mineiro.
"Foram observados problemas no pegamento e abortamentos na florada, aumento de pragas e doenças, grãos miúdos, desfolha, entre outros. Todos esses fatores afetaram a safra 2024 em Minas Gerais, e, atrelados à seca prolongada enfrentada atualmente, poderão trazer consequências para a safra 2025”, explica a analista.
Auxílio aos produtores
A analista reforça a importância dos investimentos em tecnologias e práticas de manejo sustentável para mitigar os impactos das mudanças climáticas e garantir a sustentabilidade da produção cafeeira em Minas Gerais. “Vamos continuar acompanhando de perto a evolução da safra, oferecendo suporte aos produtores por meio de assistência técnica e gerencial, bem como atuando junto aos órgãos competentes pela adoção de medidas para mitigar os impactos e proteger os produtores afetados”, diz.
A Comissão Técnica de Café da Faemg vem atuando, também, no sentido de manter o produtor informado e buscando, junto ao Poder Executivo, iniciativas que auxiliem os cafeicultores. Segundo o presidente Arnaldo Bottrel a comissão vem mantendo contato com o Governo do Estado para auxílio na elaboração de laudos técnicos de constatação das perdas, e no âmbito federal, para ampliar recursos e subsídios para a contratação de seguros.