Sonhadores, mas com projetos consistentes para o futuro do agro brasileiro: esse é o perfil dos seis jovens participantes do Programa CNA Jovem por Minas Gerais.
Eles, juntamente com dois jovens finalistas da 3ª etapa do CNA Jovem e outros convidados do Sistema FAEMG/SENAR/INAES, participaram do 1º Encontro Estadual CNA Jovem, evento virtual que foi de 8 a 11 de junho. Junto com o presidente do Sistema FAEMG, Roberto Simões, os superintendentes Altino Rodrigues e Christiano Nascif, e vários gestores da casa, os jovens Camila, Hugo, Nayara, Mairon, Laerte e Thomaz contaram como pretendem transformar o agro brasileiro – e vencer o desafio proposto pela CNA.
Os seis finalistas propuseram soluções inovadoras em grupos e individualmente para resolver desafios identificados no agro brasileiro em cinco áreas, como explicou Marília Saraiva, coordenadora do programa em Minas Gerais. Guilherme Reis e Leandro Cardoso, finalistas mineiros da etapa passada do CNA Jovem, participaram contando suas experiências. Conheça as seis propostas individuais:
1 – Hugo Leite (foco empresarial):
"Pretendemos levar os sabores do campo à mesa do brasileiro, o que casa muito com o meu trabalho com o queijo artesanal. Os maiores entraves que encontramos hoje são o logístico, pois dependemos do governo federal para construção de ferrovias e rodovias para escoar mais facilmente nossa produção, e o legislativo, na regularização desses produtos, porque não adianta nada ter um bom produto que não consegue chegar aos grandes centros porque a legislação não é adequada a esses produtores. Nós acreditamos que a indicação geográfica é a solução para isso e para promover a sucessão familiar no campo e dar continuidade ao trabalho."
2 – Nayara Gonçalves (foco educacional):
"O meu desafio individual é melhorar a baixa produtividade de leite no Brasil. Fizemos um levantamento de dados zootécnicos e econômicos de diversas propriedades de leite e, com base nesses indicadores e benchmarking, vamos divulgar em plataformas especializadas o que é de fato ideal e realizável nessas propriedades para despertar nos pequenos e médios produtores de leite a importância dos indicadores. A intenção é engajar esses produtores nos tópicos de gestão, estreitar a relação deles com os laticínios, e mostrar para eles que a assistência técnica e gerencial é o caminho para o sucesso, porque, se a atividade não for economicamente sustentável, em pouco tempo ela acaba."
3 – Laerte Neto (foco sindical):
"Pretendo trazer aos jovens de Monte Alegre de Minas, a minha cidade, a possibilidade de uma vivencia empresarial em grupo no Sindicato de Produtores Rurais local. Quero incentivar mais jovens a participar do sindicato e da sucessão sindical, pois são poucos. Fiz parte e estudei alguns programas de outras federações para me inspirar. Meu objetivo é aumentar a representatividade dos jovens no sindicato, sem esquecer da construção feita pelos nossos antepassados. A ideia é integrar esse projeto com os programas que o Sistema FAEMG já tem voltados para a juventude."
4 – Mairon Figueiredo (foco político-partidário):
"Como desafio pessoal, pretendo manter uma comunidade autossustentável de jovens mobilizados e engajados em se desenvolver como lideranças. Decidi por esse propósito porque sentia falta da formação das soft skills na graduação – habilidades como oratória e liderança não são ensinadas na escola no atual modelo de ensino. Já temos mais de 100 pessoas entre 14 e 23 anos envolvidas no compartilhamento de informações e experiências."
5 – Camila Oliveira (foco institucional):
"Meu desafio individual está muito ligado à comunicação no agro. A comunicação externa é um grande desafio que muitas vezes acaba prejudicando nosso produtor e nossos produtos. Minha proposta visa tentar reunir empreendimentos rurais com consumidores para que dialoguem. Acredito que a melhor forma de fazer isso é investir nas nossas próximas gerações de líderes, criando um espaço seguro de diálogo para reunir jovens do campo e da cidade para conversar e pensar em pautas sobre o nosso sistema alimentar, para torná-lo cada vez mais sustentável ao longo do tempo."
6 – Thomaz Coelho (foco institucional):
"Meu desafio pessoal foi baseado em um problema que percebo na minha região, que é a falta de conscientização na equideocultura, especialmente com o animal de trabalho, porque é uma parte do agro, mas não é uma parte muito valorizada. Observo muitos problemas de manejo sanitário e bem-estar animal, então meu desafio é comprometer os criadores de cavalos, levando informação ao produtor sobre os principais cuidados sanitários. Espero aumentar a qualidade da informação para quem atua no setor, reduzir o risco da propagação de informações incorretas e aumentar os interessados na equideocultura para reduzir o risco de perdas econômicas nas propriedades."