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ATeG AgroNordeste transforma realidade

AVICULTURA
ESCRITO POR RICARDO GUIMARÃES
22/09/2022 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, INAES, FAEMG

A rotina de Izabel Eides Rodrigues Reis na Fazenda Jurema, zona rural de Riacho dos Machados, no Norte de Minas, é de muito trabalho e dedicação a uma atividade especial: o trato das aves. A pequena produtora rural, viu em cerca de dois anos, o seu foco profissional mudar completamente, após ter sido acompanhada pelo Programa ATeG AgroNordeste, do Sistema Faemg. Hoje avicultora, ela tem renda mensal garantida e condições para sonhar com novas possibilidades.

Izabel Eides tem no trato das aves a principal atividade da sua rotina

“A gente sempre teve várias pequenas ações na propriedade, como produção de leite, mel, horta e as aves. Porém, nos últimos anos, a avicultura passou de uma alternativa para realidade, e já estou me organizando para virar o carro-chefe, a renda principal. Estou muito grata com a produção que consegui atingir. Quando me levanto, a primeira coisa da minha rotina é ir olhar as galinhas, cuidar delas. Já estou com projetos de investimentos e crédito em banco para seguir evoluindo”, disse Izabel Eides.

Com o término dos atendimentos do ATeG, há cerca de sete meses, os novos conhecimentos seguem dando resultados. Segundo Izabel, a avicultura garante lucro mensal de cerca de R$ 1.500,00, entre venda de ovos e do frango caipira. Somente de ovos, a produção gira em torno de 140 unidades por semana, sendo 50 galinhas poedeiras. A propriedade conta, ainda, com mais de 100 aves com genética superior, que garantem à produtora encomendas de várias cidades. Em se pensar que até pouco tempo atrás a criação das aves mal dava para o consumo próprio.

“A criação das aves eu aprendi com minha avó e minha mãe. Mas sempre foi aquele método tradicional, as aves soltas, comendo o que achavam pelo quintal e milho. Em 2013, por meio da associação, fiz um curso de avicultura do Sistema Faemg, e ali entendi um pouco sobre melhoramento genético e metodologia de trabalho, mas não consegui aplicar as mudanças que vi no curso. Aqui era comum prejuízos com a criação das galinhas. Eu perdia muitas aves para doenças ou para ataques de animais, como raposas e gaviões. Não passavam de 20 aves, gastando tempo e trabalho sem ter resultados”, lembra a avicultora.

ATeG deixou ensinamentos

Quando o técnico de campo chegou à propriedade, as principais deficiências encontradas foram com o espaço dedicado a atividade, alimentação das aves e, também, questões de manejo. Pouco a pouco, Izabel Eides Rodrigues foi compreendendo a importância da adoção de novas técnicas, que foram transformando a propriedade. O primeiro investimento foi na construção de galpões para proteger as aves de ataques de predadores e ampliar o espaço para alimentação, contribuindo para o manejo da criação. Animada com a evolução da atividade, foi adquirida uma chocadeira para otimizar o trabalho.

“O ATeG passou outra visão. Não é só que mudou 1000%. Eu antes não sabia mesmo. Além disso, durante a pandemia, fiz vários cursos on-line que o técnico indicou e vi que dava para tirar renda das aves. Fizemos uma maior organização, separando as aves por lotes, fazendo controle de gastos, controle das aves que chegam e saem, da vacinação, fazendo separação do momento de chocar até a vacinação e investindo. O resultado começou a aparecer rápido”, destacou Izabel.

As aves passaram também por melhoramento genético, com a compra de matrizes melhores, e que já estão produzindo. Outro ponto de destaque foi o ajuste da alimentação, que passou do milho e sobras encontradas pelo quintal para uma ração de qualidade, com diversos itens produzidos na propriedade. “Aprendi a plantar e usar a soja torrada e hoje venho atuando muito com a folha de mandioca, com a técnica de servir junto a outros compostos. Com isso consegui implantar horta fazendo processo de compostagem da própria criação de galinhas. O que plantamos entra na alimentação das aves e ainda vira uma renda extra já que entrego alguns itens, como alface, para a merenda escolar”, lembrou a avicultora.  

A qualidade da produção tem garantido à produtora rural encomendas especiais. O frango caipira, típico do Norte de Minas, é entregue abatido a R$ 50,00, com média de peso de 2.300 kg. Mesmo com a propriedade caminhando bem, Izabel Eides entende que o momento é seguir aplicando novas técnicas e conhecimentos.

“O que o Sistema Faemg, por meio do Senar, ajuda os diversos produtores rurais que têm interesse em crescer e que buscam conhecimento. Eu sigo pesquisando, fazendo cursos on-line, para manter o nível de crescimento da propriedade. Sou muito grata ao Senar, que sempre nos ajudou muito, que trouxe estes novos conhecimentos”, finalizou.

Projeto AgroNordeste

O projeto é uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com o Sistema CNA/SENAR e a ANATER. Em Minas Gerais, o AgroNordeste é desenvolvido pelo Sistema FAEMG em parceria com os Sindicatos Rurais.