Representando mais de cinco milhões de produtores rurais de todo o país, e refletindo a visão do setor produtivo frente às obrigações do Acordo do Clima para as próximas décadas, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou hoje (25/10), em Brasília, documento com o posicionamento a ser levado para a 28ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28). O material foi construído de forma conjunta com produtores rurais, federações estaduais de agricultura e pecuária e sindicatos rurais.
A assessora de sustentabilidade do Sistema Faemg Senar Ana Paula Mello participou do evento reforçando a importância do agro mineiro e o compromisso do produtor no cumprimento das metas de redução de emissões dos gases do efeito estufa. “Minas Gerais é o estado que mais produz café, leite e florestas produtivas. Também é o estado que mais diversifica sua produção agropecuária. Com a aplicação do código florestal e as tecnologias e práticas produtivas de baixa emissão de carbono, o produtor rural mineiro é um protagonista fundamental, que já tem feito e contribuído para o cumprimento das metas brasileiras determinadas (NDCs)”, disse.
O documento foi entregue pelo presidente da CNA, João Martins, aos Ministérios das Relações Exteriores, de Agricultura e de Meio Ambiente, que farão parte da delegação oficial brasileira na COP-28. A Conferência será realizada entre 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai (Emirados Árabes Unidos). “Reafirmamos o nosso compromisso com a redução das emissões dos gases do efeito estufa, garantindo a eficiência produtiva do agro baseada na inovação, na ciência, na tecnologia, na preservação e na sustentabilidade, buscando ações de reconhecimento e incentivo compatíveis com a grandeza do agro brasileiro”, disse Martins.
Após a entrega do posicionamento do setor, o painel “O que esperar da COP-28?” discutiu as expectativas em relação às decisões oficiais da Conferência e ao posicionamento do Brasil, inclusive relativo à tendência recente de produção de acordos e compromissos unilaterais fora do âmbito das negociações globais das COPs. Entre as autoridades presentes estavam o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o embaixador Extraordinário para Mudança do Clima, Luiz Alberto Figueiredo, a secretária Nacional de Mudanças do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion, e a senadora Tereza Cristina.
Documento
De acordo com o documento “se, por um lado, a agropecuária de baixo carbono integra a política agrícola brasileira desde 2011, por outro, a legislação florestal garantiu um enorme ativo ambiental em áreas privadas, resultando em 33% do território brasileiro do país preservado pelos produtores rurais. As tecnologias que permitem reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa e favorecer a adaptação dos sistemas produtivos são adotadas no campo há mais de três décadas e foram usadas como referência para construir uma ambiciosa política de ações climáticas de agricultura e segurança alimentar”.
Leia aqui quais são os temas de interesse do produtor e que são fundamentais para permitir impulsionar as ações climáticas. O documento completo com o posicionamento do agro também pode ser acessado no link.