A Fazenda Fábrica, do cafeicultor Maurício Brandão, na região de Patrocínio, no Alto Paranaíba, foi um dos casos de sucesso do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) narrados no livro “ATeG – cinco etapas da transformação rural”, lançado neste ano pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). Maurício Brandão tem 82 anos de idade e plantou os primeiros pés de café na região do Cerrado Mineiro há aproximadamente 50 anos. Atualmente, quem toma conta do negócio é o filho dele, Luciano Brandão, mas Maurício, que tem plena saúde, acompanha tudo de perto.
No início do mês, os dois produtores receberam de representantes do Sindicato local e do gerente regional do Sistema FAEMG em Patos de Minas, Sérgio Coelho, em mãos, a obra que narra a sua evolução com o Programa, juntamente com outras 32 histórias de sucesso de todo o país. “Foi uma surpresa pra nós. Aqui na região do Cerrado Mineiro, os cafeicultores não guardam segredo, pelo contrário, nós queremos mostrar para os outros o que estamos fazendo, o que estamos usando e que aquilo funciona. Ficamos muito felizes em fazer parte dessa obra e vamos mostrar para outros produtores que fomos mencionados como caso de sucesso a nível nacional”, comemora Maurício.
A propriedade tem 20 hectares de café, plantados em 2019. “Vai ser a primeira colheita, agora. Nossa perspectiva era colher 30 sacas por hectare, mas o clima não está ajudando, então acredito que vamos conseguir 20 ou 25 sacas por hectare, o que considero espetacular”, disse Maurício. A família se prepara para ampliar a área plantada para cerca de 35 hectares. “É toda a área que temos nessa fazenda. Nossa adubação é toda orgânica e nossa pretensão é fazer um café de qualidade, com o menor custo possível”, completou o patriarca. Toda a produção é destinada à Expocaccer (Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado), que comercializa os cafés no Brasil e no exterior.
Sustentabilidade econômica e produtiva
“Com o mercado cada vez mais exigente, nós temos que nos manter atualizados. O ATeG agregou muito ao nosso negócio, porque além da assistência técnica, tem a assistência gerencial e nós somos muito frágeis nisso. Sou administrador de empresas, mas algumas coisas não conseguia aplicar na propriedade. O ATeG nos proporcionou conhecimentos importantes, estamos muito satisfeitos com os resultados. É através de programas como esse que estamos em constante evolução”, avalia Maurício Brandão.
O técnico do ATeG que acompanha pai e filho, Fernando Couto, destaca o trabalho de sucessão familiar realizado na fazenda e a atuação do ATeG, que levou novos conhecimentos para continuar prosperando na atividade. “Luciano conduz a atividade, alinhando a rentabilidade do negócio com práticas sustentáveis. Por meio do ATeG, nós priorizamos a realização de práticas de manejo que garantem altas produtividades e que ao mesmo tempo proporcionam menor impacto ambiental possível. Hoje, eles são modelo para outros produtores na produção de composto orgânico na fazenda, uma prática que contribui para a redução do custo de produção e garante alta sustentabilidade do negócio, indo ao encontro dos objetivos do ATeG, que são aumento da renda e da qualidade de vida dos produtores”.