Compartilhe


Irrigação garante exportações de frutas no Norte de Minas

AGRICULTURA IRRIGADA
ESCRITO POR RICARDO GUIMARÃES, DE MONTES CLAROS
07/11/2024 . SISTEMA FAEMG, SENAR, FAEMG

Diante da prolongada seca que afetou Minas Gerais e impôs grandes desafios à agropecuária, a tecnologia de irrigaçãofoi crucial para manter a produção em diversas regiões. O projeto Jaíba, no Norte de Minas, é um exemplo claro de como a irrigação pode transformar a realidade local, permitindo que, mesmo em condições adversas, a fruticultura conquiste novos mercados internacionais. Graças ao uso inteligente de sistemas de irrigação, a produção de limão na região não apenas mantém sua performance, como também cresce em volume e qualidade, se destacando na balança comercial mineira.

Segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), as exportações de frutas em 2024, até julho, somavam mais de US$ 7 milhões. Considerando sucos e derivados, esse valor ultrapassa os US$ 14 milhões. O limão, principal produto exportado, representa 19% do volume comercializado, com destinos predominantes para a União Europeia e Estados Unidos. Grande parte desse resultado vem do Norte de Minas, que, impulsionado pelos projetos de irrigação como o Jaíba, desponta como polo da fruticultura no estado, com uma produção semanal de 10.800 toneladas de frutas.

Dados Seapa mostram que as exportações de frutas em 2024, até julho, somavam mais de US$ 7 milhões

Dailton Ferreira, gerente da Brasnica, explica que a empresa exporta cerca de uma tonelada de limão por ano e projeta alcançar 2.500 toneladas. "A irrigação nos permite transformar desafios em vantagens competitivas", afirma.

A gerente de sustentabilidade do Sistema Faemg Senar, Mariana Ramos, explica que recentemente, com um forte trabalho da instituição, foi sancionada a lei que cria a Política Estadual de Agricultura Irrigada Sustentável, permitindo expandir a área irrigada no semiárido mineiro, aproveitando melhor seu potencial produtivo e garantindo o uso racional da água. "Essa medida traz desenvolvimento e garante a segurança alimentar", explica.

Empresa de Dailton Ferreira exporta cerca de uma tonelada de limão por ano e projeta alcançar 2.500 toneladas

O futuro promissor da fruticultura no Jaíba foi vislumbrado pelo produtor Fernando Rogério Moreno, que é empresário da Mundial Frutas, e, desde 2015, investe na região. Hoje, sua fábrica processa 1.500 caixas de limão por dia, e entre 45% e 50% da produção é destinada ao mercado externo. “Nossa estrutura foi planejada para crescer, e estamos apenas utilizando 50% da capacidade do packing house. Em breve, esperamos ampliar nossa produtividade para entre 3 e 5 mil caixas de frutas por dia”, afirma Fernando.

A empresa planeja expandir sua área de plantio para 700 hectares nos próximos anos, com 140 hectares de produção própria até 2025. Com uma infraestrutura de qualidade e certificações que atendem às rigorosas exigências do mercado europeu.