Um dos momentos mais importantes para o setor produtivo brasileiro durante a COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o Dia do Agro reuniu neste domingo (10/12), especialistas, representantes do governo, embaixadas, empresas e organismos internacionais, para discutir sobre produção sustentável no Brasil e no mundo. Dentro do painel “Transição Energética - Potencialidades do Agro Brasileiro”, o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo, apresentou aos participantes o projeto Movido pelo Agro, desenvolvido em parceria com a Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), para incentivar o uso do etanol.
“Mostramos a importância do setor sucroenergético para nós, tanto na parte da agricultura quanto na indústria, e a excelente opção que o Brasil possui desde a década de 80, que é o biocombustível etanol. Falamos sobre como é relevante um setor privado entender isso e colocar em prática, como nós fizemos em nossa frota e na dos nossos colaboradores. A ideia é buscarmos parcerias com órgãos e outras entidades para que mais pessoas participem”, explicou o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo. Em aproximadamente um ano, a frota da instituição percorreu cerca de um milhão de quilômetros com o Movido pelo Agro, evitando a emissão de mais de 122 toneladas de CO2 equivalente.
“Temos o grande desafio de levar para a sociedade brasileira os benefícios ambientais dos biocombustíveis no Brasil, em especial em Minas Gerais. Com a nossa parceria, usamos o etanol na frota da Faemg e promovemos o uso do etanol por colaboradores. E depois a Faemg levou isso para os sindicatos. Mas queremos isso como estratégias até pessoais, para descarbonizar e ajudar na sustentabilidade”, acrescentou o presidente da Siamig, Mário Campos.
No mesmo painel, a presidente executiva da Abiogás, Renata Isfer, falou sobre biogás e biometano como instrumentos de descarbonização. A vice-presidente de estratégia e sustentabilidade da Raizen, Paula Kovarski, abordou as oportunidades da agroindústria brasileira para alavancar soluções para descarbonizar a economia, juntamente com o chefe de Relações Internacionais da Embrapa, Marcelo Morandi. Por fim, a secretária de Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, Marjorie Kauffmann, e o vice-presidente da Farsul, Domingos Lopes, discutiram “Oportunidades de transição energética dentro das propriedades rurais”.
Pecuária Sustentável e Regularização Ambiental
A transparência do setor também foi tema de debate no Dia do Agro. Nesse painel, Antônio de Salvo apresentou um caso de sucesso sobre pecuária sustentável nas fazendas Canoas e Lagoa dos Currais, em Minas Gerais. Nessas propriedades, foi possível recuperar uma área de pastagem degradada por meio da técnica de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF).
No mesmo painel, a gerente de Sustentabilidade do Sistema Faemg Senar, Mariana Ramos, e o coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias Filho (CNA), apresentaram o PRAVALER, programa de regularização ambiental como instrumento de integridade ambiental. Segundo Mariana, a transparência no cumprimento da regularização ambiental no setor agropecuário está intrinsecamente ligada à validação do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
“Apresentamos o projeto-piloto do RetifiCar, iniciativa da CNA, e primeiro serviço do Programa Balcão do Produtor Rural, executado pela federação em parceria com os sindicatos e Instituto Estadual de Florestas (IEF), atualmente em andamento em Lagoa Grande, Lagamar, Presidente Olegário e Vazante, em Minas Gerais. Entendo que a morosidade de validação do CAR tem excluído os produtores rurais do acesso a benefícios como a redução de juros e outras vantagens proporcionadas pelo Código Florestal”, destacou.