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1ª Feira do PROGEARTE será em Delfinópolis

ARTESANATO E GESTÃO
ESCRITO POR DENISE BUENO, DE PASSOS
17/02/2022 . SISTEMA FAEMG, SENAR, FAEMG

Artesanato, decoração, utilidade e técnica com qualidade. Essa é a proposta que artesãs de Delfinópolis e de Cássia preparam para apresentar na primeira Feira do Programa de Gestão do Artesanato (PROGEARTE), programada para o dia 5 de março, em Delfinópolis. O programa desenvolvido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos em parceria com a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Delfinópolis e Sindicato dos Produtores Rurais de Cássia, promove a profissionalização do artesão mineiro adequando o processo de criação e a produção artesanal, por meio de estratégias de gestão e marketing. 

Durante cinco meses, as Arteiras da Canastra e a Associação das Artesãs de Cássia cumpriram um cronograma com cursos sobre: diagnóstico sociocultural e gerencial, marketing e marketing digital, monitoramento de qualidade, empreendedorismo, gestão financeira, associativismo, monitoramento de qualidade e do perfil. O último módulo da capacitação aconteceu no início de fevereiro, em preparação para a exposição das peças.

Artesãs participam do módulo de marketing digital com a instrutora Lorraine Soares

Resgate cultural e gestão

O instrutor Jair Dionísio de Souza, o Rhavi, acompanhou todo o processo e destaca que, entre a primeira produção das peças até o produto final, tudo mudou no processo criativo das artesãs. “As ações que falamos no início do projeto levaram as artesãs a pesquisas fantásticas sobre a cultura da região. Estou surpreso com a qualidade e representatividade cultural dos produtos confeccionados”. 

Ainda segundo Rhavi, as artesãs agora produzem dentro do conceito de objetos utilitários, de decoração, da cultura popular com a utilização correta da matéria prima e, principalmente, cuidando dos resíduos e da sustentabilidade da produção. Elas também foram preparadas para a comercialização on-line, por meio das redes sociais. Essa ferramenta tem contribuído para o aumento das vendas e divulgação para outros estados.

“O PROGEARTE criou uma oportunidade para nós, instrutores, analisarmos o trabalho realizado nos últimos anos. Se o instrutor prepara o artesão para ir além do que aprende no curso, mostra que o trabalho foi bem conduzido. Esse conjunto de ações é que leva o PROGEARTE a ser um sucesso”, concluiu Rhavi.

Artesão e o instrutor Rhavi analisando a qualidade das peças produzidas

Potencial comercial da arte

“Apostar na gestão eficiente do artesanato é garantia de geração de renda e qualidade de vida. Uma das participantes nos relatou que a renda dela com o artesanato tem ajudado muito nas despesas da casa. O marido, trabalhador rural na lavoura da banana, não acreditava nesse potencial, mas mudou de opinião quando viu o seu faturamento. Inclusive ele tem ajudado o grupo com aquisição de matéria prima”, disse Michele Camila de Paula, analista de Promoção Social do Sistema FAEMG.

Delfinópolis

As Arteiras da Canastra trabalham com a fibra da bananeira. O grupo criado há quatro anos foi capacitado pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos desde o início das suas atividades. As peças criadas com a fibra da bananeira conquistaram clientes e lojistas em várias participações das artesãs em feiras. O produto é reconhecido regionalmente e ganha cada vez mais espaço na decoração.

Grupo Arteiras da Canastra

Delfinópolis é o segundo maior produtor de banana de Minas Gerais e as artesãs utilizam o descarte dos produtores para transformar em peças de decoração e ou utilitárias.

“Nós somos muito gratas pelo PROGEARTE ser realizado com as Arteiras da Canastra, pois ele nos fez enxergar a nossa arte com outros olhos, aprimorar a nossa qualidade e o acabamento de nossos produtos”, disse Carina de Fátima Souza Melo.

Ainda segundo a artesã, hoje elas veem as peças com os olhos da qualidade e esperam que, com a feira, a cidade conheça a arte que elas produzem.

Cássia

No município conhecido pelo Santuário de Cássia e pela música, as artesãs escolheram o crochê, a cerâmica, os tecidos em tear e o bordado, que representa a cultura da região, para a criação das peças. Nas criações ainda estão a fé em Santa Rita de Cássia - a cidade se prepara para inaugurar o maior Santuário da santa no mundo em maio deste ano -, a cultura das Folias de Reis, a produção de mel do município e o jequitibá, árvore que tem um exempla milenar na cidade.

Cerâmica produzida em Cássia representa jequitibá milenar