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O INAES (Instituto Antonio Ernesto de Salvo) é uma associação civil sem fins lucrativos, dedicada ao desenvolvimento, pesquisa e inovação de sistemas produtivos. Atua em parceria com instituições públicas e privadas para fomentar a evolução das cadeias do agronegócio.

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Resultados apontam desafios para cadeias de grãos e leite

PROJETO CAMPO FUTURO
ESCRITO POR JULIANA FIDELIS, DE UBERABA
18/09/2024 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, INAES, FAEMG
Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro, realizado em Uberlândia, no  Triângulo Mineiro

Os dados de produção das cadeias de leite e de grãos, nos anos 2023/2024, apontam um cenário de desafios para os produtores da região Sudeste. O panorama foi apresentado na última edição do Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro, promovido em Uberlândia, na região do Triângulo Mineiro, na manhã desta quarta-feira (18/09). A iniciativa é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Sistema Faemg Senar e o Sindicato Rural de Uberlândia.

“Reunimos representantes das cadeias, produtores rurais e presidentes de sindicatos para discutirem com os técnicos de campo e especialistas do mercado agropecuário o cenário econômico da pecuária de leite e grãos do Triângulo Mineiro”, disse a assessora técnica da CNA, Larissa Mouro.

Na produção de grãos, o pesquisador do Cepea/Esalq-USP, Mauro Osaki, explicou que a safra 2023/2024 foi bastante desafiadora, tanto na parte de produção como de comercialização. “Tivemos frustração por conta das condições climáticas, como seca e excesso de calor, com variáveis que quebraram a safra no Brasil. Neste cenário, tivemos uma rentabilidade de margem bastante estreita, e negativa para alguns produtores que não conseguiram colher o suficiente para cobrir o seu custo operacional efetivo, tornando o desafio maior para a temporada 2024/2025”, afirmou.

Para o milho, por exemplo, os produtores esperavam produtividade acima de 100 sacas por hectare, mas só colheram 70 sacas/ha. O sorgo apresentou quebra de 40% de produtividade, enquanto o trigo teve cerca de 60%. O prejuízo para a soja foi de cerca de R$ 615,00 por hectare.

Já na pecuária de leite, os custos de produção em 2023 foram um desafio para os pecuaristas brasileiros. “Em Minas Gerais, eles conseguiram pagar seus desembolsos anuais, porém, a partir do momento que começamos a avaliar as depreciações e o pró-labore desse produtor, nem todos os sistemas conseguiram pagar. Observamos que existe uma maior dificuldade de reinvestimento devido às margens apertadas”, explicou o pesquisador do Cepea/Esalq-USP, Giovanni Penazzi.

De acordo com ele, os sistemas de produção que investiram mais na produtividade, com capacidade maior de gerar caixa, ao mesmo tempo em que estão investindo na tecnologia de produção de leite, obtiveram um resultado superior à media dos outros estados. Um exemplo em Minas Gerais são os municípios de Pompéu e Patos de Minas.

Programação do circuito

O gerente regional do Sistema Faemg Senar, Ricardo Tuller, ressaltou que o circuito de resultados foi uma oportunidade para os participantes debaterem a análise de risco das atividades, mercado, comércio internacional, principais itens de desembolso do produtor, indicadores técnicos e econômicos. “Tivemos um público expressivo, de mais de 100 pessoas, que veio acompanhar o cenário dos custos de produção da safra 2023/2024 e quais as perspectivas para a próxima safra nas cadeias do leite e dos grãos”, finalizou.

Programação do circuito incluiu palestras sobre o cenário de custos de produção de grãos e de leite, melhorias no processo gerencial, entre outras

A programação do circuito incluiu palestras sobre o cenário de custos de produção de grãos e de leite e melhorias no processo gerencial; panorama e tendências do mercado de grãos e fertilizantes em 2024; o que esperar para o futuro do mercado de leite e estratégias para navegar no mercado de commodities. Além dos pesquisadores do Cepea/Esalq-USP, Mauro Osaki e Giovanni Penazzi, os outros palestrantes foram a líder de Estratégia e Inteligência de Mercado na Germinare – Bioma, Ana Lígia Lenat, o analista de Mercado e Coordenador de Conteúdo do MilkPoint Mercado, Matheus Napolitano, e o sales trader de Commodities na BTG Pactual, Augusto Maia.

Também estavam presentes no evento o secretário de Agronegócio de Uberlândia, Luiz Eduardo Peppe, o secretário de Agronegócio de Uberaba, Agnaldo Silva, o presidente da Comissão Técnica da Pecuária de Leite do Sistema Faemg Senar, Jônadan Ma, o gerente regional Sérgio Coelho, o gerente de Agronegócio, Rafael Rocha, entre outras autoridades.

Em cada região brasileira, o circuito de resultados abordou diferentes cadeias produtivas. O evento também passou por Curitiba - PR (pecuária e agrícola); Chapadão do Sul - MS (cana-de-açúcar e grãos); Juazeiro – BA (fruticultura) e Cacoal – RO (cafeicultura), nos meses de agosto e setembro. A edição de Uberlândia foi realizada na sede do Sindicato Rural.