Um foco de sigatoka-negra acendeu um alerta nos produtores de banana em Jaíba, no Norte de Minas Gerais. A doença fúngica que pode reduzir a produtividade e a qualidade da fruta, não tinha sido registrada em grandes áreas de produção desde 2007. Apesar de não apresentar riscos para o consumo humano, diferentes entidades do agro têm se mobilizado para evitar a propagação da doença.
O Sistema Faemg Senar, em parceria com a sua Comissão Técnica (CT) de Fruticultura, emitiu uma nota com orientações para a identificação da doença destinada a produtores rurais, instrutores, beneficiários do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) e aos sindicatos de produtores rurais. Também foram feitas ações com órgãos de defesa fitossanitária para intensificar medidas de contenção e manejo adequado prevenindo a disseminação.
A presidente da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte) e presidente da CT de Fruticultura do Sistema, Nilde Lages, também compartilhou as medidas tomadas pela entidade. “O próprio IMA, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, juntamente à Emater e outras entidades, vieram para o Norte de Minas para planejarmos as primeiras ações, com o apoio da Abanorte, dos fruticultores, dos distritos de irrigação e da prefeitura municipal de Jaíba. Ainda assim, tudo depende de uma ação comprometida e colaborativa do bananicultor, que é quem mais pode fazer pela defesa do polo de produção”, afirma.
Apesar da situação exigir atenção redobrada, os bananicultores seguem otimistas com o controle total da doença. O bananicultor João Marcelo Caires Antunes diz que é importante ter tranquilidade. “Precisamos continuar todo o trabalho de manejo com competência. É importante fazer os monitoramentos, os controles e o trato cultural na hora certa!”, afirma.
Orientações
O técnico de campo do Sistema Faemg Senar Kaike Lacerda conta que os próprios produtores podem agir, caso identifiquem a sigatoka-negra.
“Ao identificar a doença, faça a poda sanitária, ou seja, a desfolha das partes adoentadas do seu bananal. Amontoe essas folhas e jogue algum material para acelerar a decomposição, como exemplo, cal virgem”. Kaike diz que é importante que o produtor também melhore a circulação de ar e a incidência de luz natural no bananal. “Quanto mais fechado for, maior é a probabilidade do fungo proliferar!”, esclarece.
A recomendação é que também seja feito o uso de fungicidas sistêmicos como forma de prevenção e controle, aliado à troca constante desses produtos para que a banana não crie resistência ao fungo.