O Sistema Faemg se prepara para fazer o mais completo raio-x dos Sindicatos de Produtores Rurais de Minas Gerais já realizado. Trata-se da Pesquisa de Clima Sindical, uma iniciativa que começa a rodar em 1º de setembro para investigar a fundo a realidade de todas as entidades que compõem o sistema sindical rural e gerar um diagnóstico para aprimorar a relação com esses parceiros.
Serão aplicados questionários aos 387 sindicatos que integram o Sistema, como explica o gerente de Planejamento Celso Furtado Júnior. “Esse diagnóstico vai nos mostrar os pontos-chave passíveis de aprimoramento no contexto da atuação do Sistema Faemg e da interação com os sindicatos, e identificar sugestões de melhorias”, detalhou, comparando a iniciativa a um ‘censo’.
“O objetivo desta instituição é atender ao produtor rural e só poderemos fazer isso se soubermos quem é ele”, pontuou o presidente do Sistema Faemg, Antônio de Salvo. E para que isso ocorra, “é preciso existir mais integração e conversa entre os envolvidos. O Sistema Faemg não pode ficar distante dos sindicatos que representa. Não dá para representar alguém sem saber o que esse alguém quer e como esse alguém está. Reforço a importância dessa entrevista, porque ela inicia o rumo para uma representatividade do jeito que o nosso povo quer”, afirmou.
Os questionários serão aplicados pelos agentes de desenvolvimento rural (ADR) selecionados pelas regionais, que passaram por treinamento nesta semana em Belo Horizonte. A Universidade Federal de Viçosa (UFV) elaborou os questionários em conjunto com o Sistema Faemg, foi responsável pelo treinamento e fará o processamento das informações e o relatório final.
Entender para solucionar
O vice-presidente do Sistema Faemg, Renato Laguardia, ressaltou que a diretoria entende as dores dos Sindicatos Rurais e essa pesquisa foi uma das primeiras definições da gestão. “Esse vai ser um trabalho histórico e vamos nos dirigir aos sindicatos a partir desses resultados. Essa tarefa precisa ser muito bem feita, com muita tranquilidade, para os presidentes se sentirem à vontade para falar o que precisam. Contamos com vocês”.
“Quando propomos um trabalho deste porte, temos um momento de virada do agro mineiro. Quando entendemos de fato o que acontece no sindicato, estamos fortalecendo o agro mineiro e vocês estão sendo escolhidos como protagonistas dessa história”, disse o superintendente do Senar Minas e diretor técnico do Sistema Faemg, Christiano Nascif. “Precisamos entender muito bem o problema para atacar cirurgicamente com a solução”, ponderou.
Para Celso Furtado Júnior, esse diagnóstico é a ciência aplicada ao trabalho do Sistema Faemg. “Não tenho dúvida nenhuma de que sempre que a ciência vem na frente os resultados são promissores. A pesquisa é um mergulho juntos aos nossos representantes nas bases para que possamos melhorar nossos serviços e produtos”, destacou.
Metodologia
O treinamento para os agentes foi ministrado pelos pesquisadores da UFV Viviani Lírio e Altair Moura, do Departamento de Economia Rural da universidade. A capacitação de dois dias abrangeu uma análise detalhada dos questionários, simulação da entrevista e entrevistas cruzadas entre os pares de agentes.
O professor Altair Moura conta que vem de alguns meses a percepção da necessidade de mudar o processo de interação do Sistema Faemg com suas bases e reforça que a pesquisa é um trabalho multidisciplinar entre o Sistema e a universidade. A professora Viviani Lírio acrescenta que “o bom relacionamento que já existe entre os ADRs é precioso para o trabalho”.
Expectativa
José Carlos da Silva, instrutor e ADR no Sindicato dos Produtores Rurais de Guaranésia, disse que é uma honra ter sido um dos selecionados para aplicar o questionário e que o conhecimento adquirido nos dois dias de treinamento agregou muito. “Acredito que essa aproximação do Sistema Faemg com os sindicatos, produtores e ADRs é fundamental e já era esperada há muito tempo. Um não existe sem o outro, somos uma família. Tenho certeza de que os resultados serão maravilhosos, estou muito empolgado”.
Cirânio Souza, que atua pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Águas Formosas, acha que a principal importância da pesquisa será trazer para o Sistema as dificuldades da ponta. “São muitos desafios. Só quem está lá na ponta para saber o que é. E, como foi dito aqui, nunca teve uma proximidade como essa de agora”, opinou. Ele também elogiou bastante o treinamento. “A qualidade dos professores da UFV é incontestável, a estrutura para nos receber é muito boa e o conhecimento que levamos serve não só para esse trabalho, mas para a vida”.
Do Sindicato dos Produtores Rurais de Presidente Olegário, a ADR Iolanda Corrêa afirma que cada vez que vem à sede é um novo aprendizado. “Saio com as baterias recarregadas e muito feliz”. Para ela, essa iniciativa é muito boa e muito necessária. “Às vezes a gente tinha um certo receio de se dirigir à federação, mas, pelo que estamos vendo, vamos ser todos uma família maior. Penso que a escolha dos ADRs para aplicar a pesquisa foi acertada, porque já temos contato com o pequeno produtor, com os sindicatos e presidentes, é o nosso dia a dia”, concluiu.