Com cadeia produtiva em expansão, mais de 150 apicultores participam de seminário temático
Mais de 150 participantes, entre eles apicultores de várias cidades do Norte de Minas, se reuniram hoje (12/7), no 1º Seminário de Apicultura em Porteirinha, que buscou contribuir com a melhoria da qualidade produtiva regional. Durante o evento, apicultores e palestrantes debateram temas como controle de pragas, regularização ambiental, sistemas de produção, manejo dos apiários, sistemas produtivos, entre outros.
Apicultor da cidade de Pai Pedro, Carlos Alberto Silveira aproveitou o seminário para trocar experiências com os outros produtores. Atuando na cadeia apícola desde 2008, ele viu sua produção crescer nos últimos meses, de forma mais consolidada, após a entrada do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) na propriedade. A média de produção chegou a 800 kg por florada, e ele atribui o balanço positivo aos novos conhecimentos.
“Hoje eu tenho uma produção muito maior. Antes, com pouco conhecimento, especialmente no manejo, o trabalho não desenvolvia. Adquirir novos conhecimentos, assim como em eventos como este seminário, foi muito importante, atuando junto a diversas entidades parceiras. Hoje eu tenho 70 colmeias produzindo. Anos atrás, das minhas 25 colmeias cheguei a ficar com produção zerada”, relembra o apicultor.
A programação foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha, Associação dos Apicultores (Apiport) e Sistema Faemg Senar. "Esse seminário foi uma estratégia para trazer os parceiros para mais próximos dos produtores, assim todos conseguem sanar suas dúvidas e ainda entender como conciliar as diversas atividades rurais junto à apicultura, que é uma das principais cadeias produtivas da região ao lado do leite", pontua Elton Mendes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores.
Organização produtiva
A região de Porteirinha está na fase de conclusão de mais dois grupos do Programa ATeG, que atendem cerca de 60 apicultores. Desde o início dos trabalhos técnicos, a evolução dos apicultores tem sido grande, com alguns números que chamam a atenção. Em 2022, o grupo totalizava pouco mais de 37 mil kg de méis produzidos. Atualmente, pelo balanço referente ao ano passado, a média passou dos 44 kg de produção de méis. A receita da venda dos produtos no primeiro ano de ATeG chegou a R$ 485 mil. O aumento nos diversos índices se dá ao trabalho de aplicação de novas técnicas para o manejo do apiário.
“Estamos em um momento de qualificação para atingirmos rumos altos, porque a apicultura tem grande potencial na região, só faltava explorar mesmo com técnica e conhecimento. Muitos apicultores da região tinham dificuldade para gerenciar seu negócio, não sabiam se estavam tendo lucro ou não. Hoje, com o trabalho dos parceiros em campo, conseguimos ter uma dimensão do negócio. Isso fortalece o trabalho da cadeia apícola na região”, pontua o apicultor e presidente da Associação de Apicultores, Mauricio Ribeiro dos Santos.
Com a evolução técnica em campo cada vez mais presente, os apicultores agora se organizam para buscarem as certificações necessárias dos produtos, para atingirem novos mercados consumidores.
“A certificação vai abrir as portas para o mercado nacional e futuramente para o mercado internacional, levando em consideração que, da Serra Geral, nós somos o maior produtor de mel e aroeira. Tudo que precisamos para que as coisas aconteçam já está reunido. Nossa função agora é mostrar como pegar essa matéria-prima e transformar em capital financeiro de forma empreendedora, e o seminário vem reforçar essa proposta”, afirma o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Porteirinha, Cássio Samuel Mendes.
