A Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) está liderando um movimento nacional - o ‘Minas Grita pelo Leite’ - para pressionar o Governo Federal e socorrer os produtores de leite mineiros e de outros estados. As importações desenfreadas de leite em pó de países do Mercosul, em especial da Argentina e do Uruguai, estão resultando em prejuízos severos e ameaçando a permanência dos produtores de leite na atividade, tendo em vista os altos custos produtivos.
Em 2023, a importação de leite em pó foi equivalente a 2,2 bilhões de litros, registrando um crescimento de 68,8%, em comparação com 2022.
O Minas Grita pelo Leite alerta, ainda, para o risco de desabastecimento do mercado interno e consequente aumento do preço do leite ao consumidor final. Neste sentido, lideranças políticas, cooperativas e produtores rurais irão se reunir na próxima segunda-feira, 18 de março, em Belo Horizonte, no Expominas, para uma grande manifestação. O movimento pede a suspensão das importações subsidiadas da Argentina, a adoção de medidas compensatórias e imediatas para socorrer os produtores.
A pecuária leiteira está presente em 99% dos municípios mineiros, gerando emprego e renda para milhares de famílias. No país, são produzidos formalmente 24 bilhões de litros de leite por ano, e Minas Gerais é responsável por 27% dessa fatia. No estado, são 216 mil fazendas, entre pequenas e médias em sua maioria, e mais de mil indústrias de laticínios.
Desde 2022, a Faemg e Sindicatos de Produtores Rurais (SPRs) têm atuado, junto à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), associações, cooperativas e deputados, para solucionar o problema das importações de leite em pó de países do Mercosul. Foram realizados dois encontros nacionais de produtores de leite no Congresso Nacional, com a participação da Faemg.
A Federação, por meio da CNA, participou de 8 reuniões com a equipe do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com o ministro Carlos Fávaro e com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Encontros também foram realizados com os presidentes do Senado Federal e da Câmara das Deputados. O assunto também foi levado à discussão nas Comissões Técnicas de Pecuária de Leite da Faemg e da CNA.