Sávio Luís Soares Silva, 24 anos, e sua avó, Maria José Pinto, 82, estão escrevendo um novo capítulo na história da fazenda Monjolos, em Nova União (MG). Com a ajuda do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG Fruticultura) do Sistema Faemg Senar, a dupla transformou a produção de banana em uma atividade rural mais organizada e sustentável.
A relação de Sávio com o campo vem de longa data. “Sou neto e filho de produtor rural. Meu avô foi um dos primeiros produtores rurais de banana na região e meu pai, por alguns anos, arrendou parte das terras”, conta orgulhoso. No entanto, o contato direto do jovem com o cultivo da fruta começou há pouco menos de quatro anos para arcar com os custos da graduação de Administração, e foi aí que ele vislumbrou uma oportunidade.
Matriculado e com pouca oferta de estágio na área, Sávio propôs ao seu pai, que estava com pouca disposição para os negócios, que repassasse a ele a plantação que havia sido arrendada e, assim, ele pudesse gerenciar e pagar as mensalidades da faculdade. Com a bênção da avó e toda a experiência do legado deixado por seu avô, Sávio tomou gosto pelo feito e, o que era apenas necessidade de obter renda, deu lugar para um novo sonho, o da sustentabilidade no campo.
Mais produtividade com práticas implementadas
Hoje, em meio às reuniões periódicas sempre regadas a café coado na hora e uma tradicional receita de pão de queijo, decisões importantes são tomadas em conjunto com Dona Maria e o técnico de campo que acompanha a família há dois anos no programa em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Taquaraçu de Minas. Práticas nunca adotadas na fazenda foram implementadas, como a análise de solo e o manejo integrado de pragas. “Conciliando estudo e trabalho rural, e aplicando o que aprendia no curso e com o técnico, eu percebi a importância do produtor rural”, disse Sávio.
Avó e neto alinhados com a gestão da atividade rural
“Resolvi que era ali que eu queria investir”, reforçou, de olho nas anotações do “caderno do produtor rural” que apontam lucratividade acima de 20% para 2024 e aumento na produtividade de 40% em comparação com o mesmo período de produção antes do programa.
Números falam por si só
A banana é a fruta mais consumida no Brasil e um dos principais motores da economia. Em Minas Gerais, especialmente, em Nova União, a produção é a principal fonte de renda para muitos agricultores. Na região, a área de plantio chega a 1.000 hectares. Além do potencial produtivo, a cidade conta ainda com o apoio da Associação dos Produtores Rurais de Nova União (ASPRONU), com oito câmaras para climatização, sendo Sávio Luís o atual presidente.
O técnico de campo Ivan Rodrigo Corrêa Leal confirma que os principais avanços na propriedade foram nos manejos da adubação e no integrado de pragas e doenças. “Em 2023 realizamos cinco amostras de solo pela rota da qualidade, isto permitiu melhor aproveitamento dos nutrientes e redução de custos. Foi um divisor de águas”.
A história de Sávio e Maria José é um exemplo de como a união familiar, o conhecimento técnico e a inovação podem transformar a vida de produtores rurais e fortalecer o agronegócio mineiro e brasileiro. “Desejo que eles continuem firmes na produção e com foco gerencial”, finalizou o técnico, parabenizando pelos resultados.