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Comunidade aumenta em 800% produção de leite

ATEG BALDE CHEIO
ESCRITO POR IZABELLA MACHADO, DE ARAÇUAÍ
12/08/2024 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, FAEMG

Parceria do Sistema Faemg Senar com Sindicato de Produtores Rurais de Diamantina vai ampliar

 oferta de cursos de capacitação aos produtores 

Santana da Divisa comemora um marco em sua trajetória: a retomada da produção e comercialização de leite, que esteve paralisada por sete anos. Esta nova fase foi possível graças ao apoio do Sistema Faemg Senar e do Sindicato dos Produtores Rurais de Diamantina, por meio do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Balde Cheio. O programa estimula a atividade leiteira e fomenta o crescimento econômico das regiões que atende.

Antes da implementação do ATeG, os produtores locais enfrentavam grande dificuldade para escoar a produção de leite, resultando em desperdício e prejuízos financeiros. "Era desanimador ver tanto leite sendo descartado, sabendo do trabalho e dos custos envolvidos na produção", relatou o técnico de campo Guilherme Santos, que atende o grupo de produtores. Segundo ele, além dos custos financeiros, a região sofria com um problema mais grave:a falta de ânimo para a sucessão familiar, já que muitos não acreditavam no leite como um negócio rentável.

Bastaram apenas três meses de atuação do ATeG Balde Cheio para as melhorias aparecerem. Com a Assistência Técnica e Gerencial, a comunidade pode contar com três tanques de resfriamento de leite, o que permite aos produtores realizarem até três ordenhas diárias, promovendo o aumento de 800% na produção. “O impacto econômico positivo é evidente, mas o que mais nos enche de orgulho é ver a esperança renovada e o entusiasmo entre os produtores, demonstrando a confiança na agricultura e no potencial de crescimento sustentável da comunidade", frisou Luiz Rodolfo Antunes, gerente regional do Sistema FAEMG em Araçuaí.

O sucesso do programa também refletiu no número de produtores de leite em Santana da Divisa, que passou de quatro para quinze, indicando um crescente interesse pelo desenvolvimento profissional no setor leiteiro. "Os cursos de especialização oferecidos pelo Sistema Faemg Senar têm atraído mais pessoas para a atividade, promovendo o desenvolvimento e a profissionalização do setor", disse Jader Brant, Agente de Desenvolvimento Rural. 

Os produtores receberam orientação técnica e apoio na gestão das propriedades, apostando em melhores práticas para mais eficiência produtiva. "A assistência contínua do ATeG Balde Cheio foi e tem sido fundamental para garantir que as melhorias continuem por aqui", destacou o produtor Carlos Vieira, que também comemora a decisão do filho em não sair mais da fazenda e continuar na cidade investindo na produção de leite.

A família de Carlos e a comunidade de Santana da Divisa agora vislumbram um futuro diferente. A retomada da produção de leite também fortaleceu a coesão social entre os produtores, e a melhoria na produção tem gerado impactos positivos na economia local. “Com mais leite disponível, eles podem explorar novos mercados e aumentar a renda. Essa mudança tem potencial para transformar a qualidade de vida em vários aspectos, criando novas oportunidades de emprego e desenvolvimento”, ressaltou Luiz Rodolfo, que garantiu que o “ATeG Balde Cheio se revelou um catalisador de mudanças profundas e duradouras. A abordagem técnica e gerencial, aliada com capacitação, se mostrou muito eficiente para superar os desafios históricos enfrentados no local”.

De volta ao agro

Entre os atendidos do grupo, a produtora Sidnéia Soares se destaca como um exemplo de superação. Por sete anos, enfrentou dificuldades para manter sua produção leiteira, chegando a considerar o abandono da atividade. “Tinhamos pouco e por muitas vezes não conseguíamos nem vender o queijo que produzimos. A gente doava para os vizinhos ou até mesmo para os animais, porque não havia quem quisesse comprar", relembrou.

A virada na história da produtora começou com a chegada do técnico de campo, que trouxe orientação e novas perspectivas. "Ele nos ajudou a reorganizar a produção, e juntos decidimos colocar o leite no tanque comunitário. Começamos devagar, e com esse apoio, estamos melhorando cada vez mais".

Sidnei Soares chegou a pensar em desistir da atividade

Guilherme, técnico de campo, comentou sobre os desafios enfrentados e a importância do planejamento, destacando que “a principal dificuldade sempre foi a falta de escoamento de leite, visto que os produtores eram muitos, porém poucos acreditavam que poderia gerar renda”.

O técnico relatou que antes do Balde Cheio, durante a seca, os produtores paravam de tirar o leite e soltavam as vacas para comer sem nenhuma ressalva. Com o ATeG, o planejamento passou a existir. “Criamos uma estratégia de volumoso para o inverno e o verão, conseguindo driblar esse gargalo e, consequentemente, aumentando e mantendo a produção de leite dos nossos atendidos”, disse. “As anotações foram primordiais para alcançar êxito. Mensalmente, registrávamos a produção de leite de cada vaca, e as que não se enquadravam no planejamento eram descartadas. A partir do momento em que o produtor entendeu que era necessário se especializar, ficou mais fácil”, concluiu.

Na propriedade de Sidnéia foi assim, e todos ampliaram suas habilidades e conhecimento. "Além do ATeG, fizemos cursos de horticultura, cerca elétrica e alimentação bovina. Estamos aprendendo cada vez mais e vamos seguir em frente com ", garantiu.

Parceria e motivação

Enquanto os produtores celebram e ampliam suas conquistas, o Sistema Faemg Senar e o Sindicato dos Produtores Rurais de Diamantina continuam comprometidos em apoiar o desenvolvimento da atividade leiteira na região. Planos futuros incluem mais assistência técnica e a introdução de novos cursos para aumentar a produtividade e a qualidade do leite produzido.“Este novo capítulo na história do municícipio é um testemunho do poder da cooperação e da capacitação técnica para transformar vidas e fortalecer comunidades rurais. A retomada da produção de leite marca o início de uma era de crescimento, onde todos os envolvidos estão prontos para dar passos mais largos”, concluiu o Agente de Desenvolvimento Rural (ADR).